segunda-feira, 18 de março de 2013

O FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO EM NOSSO PAÍS


Nosso país se diz um Estado democrático onde todos são iguais perante a lei, porém , existem muitos entraves em nossa chamada democracia que demonstram que as coisas não são bem assim.Um desses entraves é a questão voltada a um Estado que se diz LAICO, mas vive refém dos desejos e imposições advindas de grupos religiosos e corporativistas.

 Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

Não estou criticando as religiões, critico o fundamentalismo religioso, independente de qual religião esse extremismo possa vir.É inadmissível que em pleno século XXI tenhamos uma mentalidade da Idade Média, até porque  naquela época só a elite tinha acesso a educação , sendo assim, as pessoas eram mais ignorantes no que se dizia respeito ao contato com a o saber.Mas essa desculpa não cabe mais em nossos  dias.Somos muito bem informados e a internet nos oferta ínfimas  possibilidades de informações.

Sabemos que nossos representantes na política , são na verdade bastiões daqueles que os elegeram, ou pelo ao menos  deveriam ser.Sei que o corporativismo existe no Congresso, onde classes sociais ou grupos afins defendem os interesses de seus eleitores.Mas mesmo assim,desconfio desses eleitores que colocam no Congresso os “Malufes, Sarneys, Tiriricas, Romários, Popos e os Marco Felicianos da vida”.

É incrível a capacidade de nosso Congresso de fazer coisas absurdas se transformarem em  coisas plausíveis.É inadmissível que uma pessoa tão preconceituosa como o Pastor Marco Feliciano seja escolhido para nos representar na Comissão de Direitos Humanos da Câmara.Sempre muito polêmico por suas declarações consideradas racistas e homofóbicas, o pastor foi eleito no dia 7 de março presidente da Comissão de Direitos Humanos por 11 votos dos 18 possíveis. 

 

A pergunta que não se cala é: Por que uma pessoa como esse cidadão está  apto  a ser o presidente de uma comissão que trata dos direitos humanos, se ele mesmo não respeita as pessoas? Parece um roteiro de filme “b” que não serve para passar nem na “sessão da tarde”, pelo tamanho besteirol que está por vir.

 


A luta contra o RACISMO com políticas afirmativas ou de discriminação positiva é uma bandeira que defendo sempre.Veja o que diz o Antropólogo e Professor Kabengele Munanga o primeiro negro a entrar na pós-graduação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade (FFLCH) de São Paulo. 

 

Eu começo a discussão me posicionando a favor das políticas de cotas. Os que estão contra dizem que isso é anticonstitucional porque perante a lei somos iguais. Essas pessoas confundem igualdade formal com a material ou consubstancial. A Carta Magna de 1988 defende a busca da igualdade consubstancial ou material. Não basta proibir a desigualdade. Tem de implementar políticas para reduzi-las. Eu não vejo discriminação positiva como discriminação, mas como política de conteúdo compensatório e reparatório que busca a redução das desigualdades. Quase 94% dos brasileiros que têm diploma universitário são brancos; 1% é oriental, mas os orientais são mesmo 1% da população; e entre 2% e 4% são negros. Como você vai reduzir a desigualdade em matéria de educação sem política e sem intervenção? Defendo cota para negros e brancos da escola pública com porcentagens definidas para negros, que é uma maneira de reduzir essa diferença.

 

Compactuo com seu raciocínio e acrescento que as políticas afirmativas existem para corrigir as injustiças do passado que se perpetuam até hoje. Como dizia George Orwell em seu livro  A revolução dos Bichos : Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros. Em nosso país , existem muitas pessoas que ficam a margem da sociedade ao passo que uma minoria tem acesso a todas as benesses sociais e podem usufruir das melhores posições sociais , tais como a educação, saúde, habitação etc.

Outro ponto que chamo a atenção é a questão da HOMOFOBIA.Muitas pessoas vêem a luta dos homossexuais apenas como uma busca por um direito específico ou pelo legítimo direito de serem tratados com igualdade perante a lei , mas na verdade é uma luta contra a homofobia e pela igualdade de direitos defendida pelos homossexuais ,em um Estado que teoricamente é laico e que não deve permitir atos de discriminação negativas.


            A chamada bancada cristã, ou seja , parlamentares evangélicos e católicos, ganharam uma bandeira importante para defenderem em suas bases eleitorais.A falta de censo crítico dessas pessoas que demonizam a luta homossexual como se ela fosse o maior problema  de nosso país é um disparate , aliás o Brasil é uma nação com tantos problemas sociais e econômicos, e parlamentares passam o maior tempo de seus mandatos discutindo coisas que não tem o que se discutir, uma vez que cada cidadão brasileiro tem o direito a escolher seus parceiros sexuais como bem entender.

A corte suprema , o Supremo Tribunal Federal (STF) entende o direito aos homossexuais a união afetiva,como uma demonstração de conceitos avançados de construção do que chamamos de Estado laico.Para o STF, o direito deve ser observado a partir da visão de que não prejudica o direito do outro e pergunta em que a união homoafetiva prejudica a união heterossexual.

            Por fim, o termo opção sexual  também tem que ser corrigido.Os próprios homossexuais abominam a classificação “opção”, pois todos defendem que a homossexualidade não é uma questão de opção, a pessoa não opta pela sua sexualidade, a pessoa nasce assim, apenas se orienta.Independente do termo, venho aqui solidarizar-me com os homossexuais na luta contra a intolerância.E meu blog está aberto a todos aqueles que compartilham de minhas ideias.



Professor Kléber

“As pedras preciosas de minha vida”






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