quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO E MEDIEVAL ESTÁ CHEGANDO EM NOSSO PAÍS?


O FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO E MEDIEVAL ESTÁ CHEGANDO EM NOSSO PAÍS?


            O fundamentalismo religioso está querendo nos engolir e o Brasil  parece ter recuado à época da inquisição, no período feudal. Nosso país é um Estado Laico e nenhuma religião pode ditar ou interferir nas normas que regem nossa Constituição. São muitos os exemplos de situações em que grupos religiosos querem impor os seus pontos de vista e desrespeitarem a Carta Magna.
 Se não bastassem alguns pastores que se esquecem de Deus e olham mais para os seus próprios bolsos, a ponto de presenciarmos uma oração de agradecimento pela "propina nossa de cada dia", encontramos alguns religiosos católicos nos desrespeitando com atos ilícitos e discursos pseudo-moralistas. A opinião pública nacional e mundial já viu por muitas vezes o quanto “sangra” a igreja católica,diante de religiosos vivendo no submundo e quebrando os seus votos de castidade e pobreza.
É incrível como alguns pastores evangélicos enriquecem da noite para o dia, criando verdadeiras dinastias capitalistas de ostentação econômica, tudo em nome de Deus. Abusam da boa fé das pessoas para enriquecerem e se esquecem das palavras de São Mateus (19,24): “Eu vos repito: é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus.” Os seus cultos parecem mais um programa de auditório, e muitas vezes estes senhores desfilam travestidos da áurea da imaculada perfeição. São verdadeiros “donos da verdade e da salvação”, estando acima de tudo e de todos. Julgam as pessoas e sentenciam quem vai para o “inferno”, e ao mesmo tempo, elencam os escolhidos a “viverem a eternidade ao lado de Deus”.
Por outro lado, surgem religiosos católicos reacionários/medievais que, inves de olharem para o próprio umbigo e verem o quanto a igreja católica desanda em escândalos sexuais, envolvendo pederastia e pedofilia, partem para cima de todos aqueles cujo pensamento destoa dos deles. Se a opção sexual do padre é homossexual ou heterossexual, isto não é da minha conta. O padre faz um voto de castidade e se ele quebra o pacto feito quando é ordenado, é melhor que saia da igreja. Quanto à pedofilia, aí são “outros quinhentos”.Deixa de ser opção sexual e passa a ser crime contra a inocência da infância.Para mim, o pedófilo deve ser tratado como um transgressor das leis e se ele é doente ou não, são os especialistas (médicos, psicólogos,psiquiatras), aqueles responsáveis e mais capazes de dar o veredicto e aplicarem as medidas cabíveis ao código penal. 
            Nosso Estado não é teocrático e, se pastores e padres estão levando para dentro de suas igrejas a política partidária, não podem se esquecer de um detalhe importantíssimo, nosso país preconiza em sua Constituição um Estado LAICO. Um Estado laico é muito mais democrático, pois permite a livre manifestação de credos, bem como acolhe também aqueles que não se encaixam em nenhuma religião ou credo. Os impostos são pagos por todos e, é claro, também pelos ateus. Conheço muitos cidadãos ateus e posso lhes garantir que fazem muito mais por nosso país e pelo próximo, principalmente, quando comparados a muitos padres e pastores. Existem cretinos em todas as sociedades, sejam eles ateus ou não, mas, antes de jogar a primeira pedra, devemos averiguar se ela não poderá cair em “nossos telhados”,muitas vezes de “vidro”.
            É evidente o papel da igreja de ajudar na formação ética e moral das sociedades, mas existem formas diferentes de tratarmos da política, mesmo na igreja. Transformar os fiéis em “ZUMBIS” a favor do maniqueísmo doutrinário que dividi o mundo entre o certo e o errado é muito perigoso, principalmente quando o certo ou errado não é definido pelo todo e sim por uns poucos “privilegiados” dominadores da palavra e semeadores de  pensamentos e convicções.
            Finalizo dizendo aos muitos pastores e religiosos católicos, não inclusos nestas situações explicitadas anteriormente e não merecedores das minhas duras críticas, que, quando o nome de Deus é usado de forma correta, a credibilidade dos valores passados são muito mais facilmente assimilados e disseminados mundo a fora, mas, quando em nome de interesses escusos, Deus é usado como um trampolim para a autopromoção e difusão de ideologias político-partidárias, resultando na subserviência por parte daqueles que, como “ovelhas dóceis e alienadas”, são conduzidas pelos seus pastores  para um lugar seguro ou para o abate, a religião deixa de ser um prestador de serviço para o bom senso e a cidadania, se transformando em um instrumento de alienação. 


Professor Kleber S. Carvalho


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