sábado, 16 de outubro de 2010

AGORA TENHO MEDO... DO SERRA

AGORA TENHO MEDO... DO SERRA
NONATO MENEZES 
Ainda corta fino aquela imagem com a voz da apavoradinha do Brasil dizendo ter medo do Lula, caso ele fosse eleito Presidente da República. Ficou a cena da espalhadeira de medo, bajulando os que ainda se sentem na Casa Grande. Passou por ridícula, porque o povo já saiu da Senzala e como ela não percebeu, deve ter colhido uma mancha na sua biografia por ter se mostrado tão claramente reacionária. Não deu certo. Sobrou-lhe o troféu estupidez.
Pouco me importa a vida pessoal de qualquer candidato que eu venha a votar. Voto, não por interesse pessoal, para ter algo em troca. Meu voto é uma questão de Estado. Voto para ajudar conduzir alguém ao poder para legislar ou administrar a coisa pública. Por isso voto em quem, em princípio, tem uma vida de ação política, por mais simples que seja. E, claro, em benefício da Nação, em respeito aos Direitos e à nossa soberania. É o feito que tem meu voto, não o dito. Simpatia, antipatia, feio, bonito, não me esperam na urna. Então, o medo que me refiro no título é o "medo público": social, econômico e político. Por isso... tenho medo do Serra como presidente da República. Conclamo, então, a quem tiver coragem e paciência de ler este escrito que, no mínimo, prove o contrário do que abaixo está dito. Ou, se não tiver como, repense o ato de votar.
Administração Serra na Capital Paulista, Folha de São Paulo 23/09/2005. A Prefeitura constrói rampa "antimorador de rua" na Avenida Paulista, com o argumento de a área ser um cartão postal da cidade e para segurança da população. A diferença com o que foi feito por Goering, Goebbels, Himmler e Adolf Hitler está na forma. A essência é a mesma, porque se trata do fator humano. Os homens públicos, apoiados no poder de Estado, não devem e não podem fazer o mal. Se fazer o bem não for possível, que permaneça o desconforto daqueles que pelos motivos que a vida os fazem existir, assim continuem. Conservar a miséria, de quem quer que seja, não pode produzir conforto para as pessoas que administram a coisa pública. Contribuir para piorar a vida de quem vive na sarjeta é cruel, é desumano. Assim, aquilo feito pela Prefeitura comandada por Serra só difere no método de matar. Foi feito com sutileza, como algo sem importância, mas que tortura e mata. São as condições provocadas que destroem a vida.
Revista Piauí, 2006. "Dez dias depois, Serra falou sobre o conto. Viajara ao Rio para participar de um seminário internacional de finanças, no qual foi apresentado como aquele 'que lidera todas as pesquisas na sucessão do presidente Lula', e de um jantar. Era quase meia-noite quando entrou no carro e tomou o rumo do aeroporto, onde o jatinho do governo paulista o aguardava para levá-lo de volta. Ao sentar, imediatamente pegou um frasco de álcool, à sua disposição no bolsão do assento do passageiro, e limpou as mãos. A gripe suína não existia ainda: há anos ele tem o hábito de lavar as mãos várias vezes ao dia, sobretudo depois de cumprimentar estranhos; quando não pode, usa álcool".
Em ato recente. "O problema da baixa qualidade do ensino de São Paulo, segundo disse José Serra ao SPTV da Rede Globo, em 2006 (quando era candidato a governador, depois de ter abandonado o mandato de prefeito) era a "migração". Supostamente de nordestinos.
Qual a solução? "Dois professores na sala de aula", que o próprio candidato admite mais tarde que não eram dois professores, mas um professor e um estagiário".
Há quem diga que Serra não tem projeto para o ensino. Engano. Tem, sim. É o mesmo adotado em oito anos de mandato de FHC com as empresas estatais produtivas. Só que o ensino não se põe em leilão e é temeroso, sobretudo, para quem é covarde, defender em público sua privatização. Então, sem que muitos percebam, a política de precarização vai avançando e toma corpo em todos os indicadores educacionais, do salário dos profissionais em educação à relação professor/aluno. O resultado está claro no Estado de São Paulo. Como os responsáveis por aquela política não têm argumentos para defender o que produziram, oferecem discurso idiota, como o de dois professores em sala, sem sequer saber o que isso possa significar.
A liderança de Serra no movimento estudantil foi maculada logo no primeiro aperto. Sem coragem de defender o que pregava, fugiu para o Chile, no período da ditadura. Na verdade, se escondeu. Apenas buscou a proteção do ambiente externo. Outros que foram forçados a saírem do País, não ficaram calados. Uns se articularam politicamente. Outros compuseram músicas e cantaram em protesto. Outros escreveram. Estes não ficaram calados, esperando a onda passar. Serra, ao contrário, não escreveu uma linha, não há registro sequer de uma manifestação política sua contra o Regime. Esperou a calmaria e voltou para receber o carimbo de exilado. Por isso muitos dizem que Serra tem um passado de esquerda. Mentira. Quem é de esquerda não é covarde. Quem é de esquerda, morre de esquerda. Quem é de direita pode, eventualmente, se dizer de esquerda, mas não demora, tira a máscara. É o oportunismo que define sua índole. Por que vemos tantos que dizem ter sido de esquerda e hoje são de direita? E ao contrário isso não ocorre?
Por estes e por tantos outros motivos, tenho medo do Serra como Presidente da República. E, acima de tudo, tenho medo porque ele é um cidadão de direita, com ação de direita e oportunista. E quem o apoia é tal e qual; como o jornal O Estado de São Paulo, que fez questão de declarar apoio a esse candidato. E para quem tem dúvidas sobre o que pensa e o que faz os responsáveis por esse jornal, relembre-se desta posição defendida décadas atrás.
"O escritor Monteiro Lobato, aflito com a incultura e particularmente com contingente de iletrados, solicitou aos donos de "O Estado de S. Paulo" que o jornal fosse utilizado na luta para vencer o vergonhoso quadro de milhões e milhões de analfabetos no país. Após muito pensar, um dos proprietários respondeu ao criador do Sítio do Pica-pau Amarelo, provavelmente com o mesmo tom com que hoje condenam o voto dos pobres a uma espécie de sub-voto: "Ô Lobato, mas se todo mundo aprender a ler... quem é que vai pegar no cabo da enxada?"
"A ideologia da direita é o medo", como dizia Simone de Beauvoir. Somados ao medo, vem o desprezo pelas pessoas, a arrogância e tantos outros adjetivos cretinos. É por isso que tenho medo... do Serra.

3 comentários:

  1. a dilma tambem nao é muito diferente do serra,alias a dilma foi candidata a força pelo lula,nao fez nada pelo brasil ate hoje ,nao se canditatou em nada e voces votam nele sem nenhum curriculo.Se nao votar no serra ,vote nulo.A dilma nao conhece nada do Brasil,va dar um passeio pelo interior do pais ,é la que estao os problemas de brasileiros que estao isolados , e vivendo so Deus sabe como.E todo mundo enchendo a bola da dilminha de lula.

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  2. ai senhor cleber se liga..
    o cara ai dicima ta fazendo media e puxando saco.se liga voce nao vai ganhar nada com isso.dilma..que dilma ..quem é dilma..acorda.
    Torço pra nimguem,torço para o Brasil,voto em mim e tantos que levantam 4 horas da manha pego um trem e dois onibus para trabalhar,e fazer este pais crescer para mim e para todos.e vem este caras falar bonito,eu nao quero saber,dilma nao conhece o Brasil,nao foi veredadora,deputada,prefeita,governadora,quer mais ,nao tem cacife pra ser presidente .

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  3. Obrigado pelo seu comentário em meu blog. Li e respeito seu ponto de vista , porém, discordo de seus argumentos. Mas , creia-me, que os seus comentários sempre serão muito bem aceitos neste espaço.
    Cordialmente, Prof Kléber

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