terça-feira, 12 de abril de 2022

HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE GOIÁS  KLÉBER CAVERNA  


 

 1      GOIÁS – HISTÓRIA E FORMAÇÃO   

1.1-        O TRATADO DE TORDESILHAS:

O Tratado de Tordesilhas ocorreu em 1494 e definiu as áreas de domínio dos territórios ultramarinos, entre Portugal e Espanha. Foi firmado na cidade de Tordesilhas, na Espanha e definia uma linha de demarcação localizada a 370 léguas a oeste da ilha de Santo Antão, no arquipélago de Cabo Verde. Consistia em um meridiano do Polo Sul ao Polo Norte e que teria a Espanha, as terras do lado ocidental, e a Portugal as do lado oriental.

 

 


 

 

1.2-         O DESCOBRIMENTODO BRASIL :

Descobrimento do Brasil, deu começo a ocupação dos portugueses em nossas terras, ocorrendo oficialmente em 22 de abril de 1500, com Pedro Álvares Cabral e a sua esquadra. Outros vários indícios nos levam a crer que não foram os portugueses, tampouco Cabral, os primeiros homens a virem em nossas terras, ou seja, a pisar em solo brasileiro.

Cabral, tinha  como o seu objetivo  chegar até Calicute, na Índia, onde Cabral tinha ordens de realizar trocas comerciais com o mercado de especiarias locais. Entretanto, o esquadrão de Cabral não seguiu o mesmo caminho realizado outrora por Vasco da Gama, tendo uma grande volta no Oceano Atlântico, no sentido mais a sudoeste.

 Muito se diz que Cabral teria chegado ao Brasil por acaso, mas tudo indica que já eram conhecidas essas terras e que o desvio do trajeto original seria uma forma de garantir o reconhecimento internacional da chegada dos portugueses a nossa região. O que se sabe hoje em dia é que a viagem durou pouco mais de um mês e foi financiada, em sua maioria, parte por mercadores interessados nas riquezas provenientes do comércio com o Oriente e também por bancos de diversas localidades da Europa.



No ano de 1.500 , no dia 22 de abril , Cabral e a sua tripulação avistaram um monte na costa, no local onde hoje é o sul da Bahia. Era um dia santo ,em decorrência a Páscoa ,e com isso a denominaram de Monte Pascoal. No dia seguinte, os portugueses passaram a estabelecer contato com os indígenas do local e ocorreram algumas trocas de objetos entre portugueses e indígenas, bem como a realização de momentos de confraternização e festividades, com músicas e danças.

Foram realizadas duas missas, com o interesse e objetivo de abençoar o território de acordo com os preceitos católicos e também fincar uma cruz, marcando a posse pelos cristãos. Os portugueses partiram da ilha de Santa Cruz, como haviam denominado o Brasil inicialmente e voltaram a Calicute.

 

1.3-      AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS:

As Capitanias Hereditárias  foram doação de D. João III entre 1534 e 1536, totalizando o número de quatorze. Suas doações eram feitas mediante dois documentos: a Carta de Doação e a Carta Foral. No primeiro caso, o donatário recebia a posse da terra, podendo transmiti-la para seus filhos, porém, não podia vendê-la. Nesse caso, o donatário recebia também uma sesmaria de dez léguas da costa, na extensão de toda a capitania, e devia fundar vilas, construir engenhos, e nomear funcionários, além de aplicar a justiça, podendo até decretar a pena de morte para escravos, índios e homens livres. Os donatários tinham alguns direitos adquiridos, tais como:  a venda de escravos índios a isenção de taxas e recebimento de parte das rendas devidas à Coroa.

 


Mas nem tudo “eram flores”, as dificuldades no começo das capitanias e sesmarias, eram muitas. Uma coisa ficava bem clara, os donatários iriam ter que passar por uma grande dificuldade no início e a adaptação às condições climáticas, vegetal e topográfica ,seriam desafios cruéis, isso  sem contar que teriam um tipo de vida totalmente bem diferente do europeu. Outra coisa, o alto custo do investimento não trazia retorno imediato e muitos donatários nem sequer chegaram a tomar posse das terras, deixando-as abandonadas e entregues a sua própria sorte.

 

         



1.4-      OS "INVASORES" DO BRASIL”:


                           

Muitos piratas ,corsários ingleses ,franceses , espanhóis e holandeses, também estiveram aqui no Brasil. Alguns eram verdadeiros invasores, e no caso específico dos espanhóis, eram donos, pelo período que perdurou a UNIÃO IBÉRICA ( 1580 e 1640 e teve grandes consequências na colonização do Brasil, e com isto, aumento da influência espanhola em nosso território, mas rompeu definidamente as linhas de Tordesilhas).

 

 

FRANCESES:

 A França foi a primeira que contestou o Tratado de Tordesilhas (1494) e invadiu nosso litoral, sendo que mantinham permanentes contatos com os povos indígenas e dessa relação articulavam acordos e alianças com esses povos que aqui se encontravam.

Em 1555, os franceses fundaram a chamada França Antártica, na baía de Guanabara, e lá construíram uma sociedade com influências protestantes, sendo que muitos em fuga da Europa , vinham para a América em consequência da perseguição católica durante a Contrarreforma.

O povo indígena que mais sofreu essa influência ,foram os Tamoio, surgindo assim, a Confederação dos Tamoios ,que se transformou em uma junção de vários povos indígenas em nosso litoral, que tinham como um único objetivo, a derrota dos portugueses. Os conflitos duram até 1567, quando os portugueses venceram a Confederação, e derrotados ela se extinguiu e os franceses foram expulsos.

Mas os franceses tinham outros planos e mesmo expulsos do litoral brasileiro, a chamada França Antártica  (1555 a 1560) , e assim que fugiram do que seria mais tarde o Rio de Janeiro , se fixação no nordeste, mais precisamente na cidade de São Luís , onde fundaram, em 1612, a chamada França Equinocial.

Portugal não contente com aquela nova situação , agiu bem rápido e mandou uma expedição militar ao Maranhão. Em 1615, os franceses foram derrotados e se retiraram do Maranhão, indo para as Guianas e fundaram uma colônia, a chamada Guiana Francesa..


ESPANHÓIS:


No ano de 1580, tem início uma severa crise de sucessão em Portugal, pois o rei  Dom Sebastião I morrera em 1578 na batalha de Alcacer-Quibir, no Marrocos,  não deixando herdeiros. Assumiu o trono em Portugal o cardeal Dom Henrique, que morreu em 1580. Acabava-se assim a dinastia de Aviz.

Felipe II, rei da Espanha, por ser neto de Dom Manuel e tio de D. Sebastião, invadiram Portugal, em 1580, e Felipe II tomou a Coroa portuguesa, unindo Portugal e Espanha  na tão famigerada União Ibérica(1580 – 1640).

Durante a União Ibérica, Portugal foi governada pela Espanha e marcou uma mudança na orientação da política de colonização do Brasil, até então baseada, principalmente, na ocupação da costa do pau-brasil. Nosso litoral a leste, tornou-se extremamente importante para a metrópole espanhola, como forma de ampliar a cultura canavieira e, também, facilitar a penetração e ocupação do norte do que seria o nosso território.

 



 

A Espanha se comprometia, entre outras coisas, a manter os navios portugueses no comércio colonial, a permanência de funcionários de  Portugal na administração e o respeito às leis e aos costumes e a manutenção e preservação da língua portuguesa. Existia uma certa autonomia dos portugueses, mas procurou-se preservar sua independência legal e administrativa.

É claro que além das benesses, viriam os malefícios. Os inimigos da Espanha também seriam inimigos de Portugal. Sofremos inúmeros m pelos  ataques ao longo de nossa costa litorânea , sendo da França , Holanda e até mesmo da  Inglaterra.

No ano de 1640, a União Ibérica chega ao fim e logo. Com o fim da União Ibérica, o  CICLO DO AÇÚCAR perde espaço no Brasil e  Portugal avança dentro das terras espanholas além de Tordesilhas e ocupa novos territórios a oeste.

 Muitos anos se passaram e Portugal e Espanha  travaram inúmeras disputas, mas somente com o Tratado de Madri em 1750, que tinha coma finalidade de resolver as disputas territoriais entre as duas nações, que a coisa começou a se resolver. Oficializou  com isso a expansão territorial do Brasil e sua povoação ganha novos rumos. A Espanha ainda questionaria o Tratado,  mas o Tratado de Santo Ildefonso põe fim a discursão em 1777. Finalizava-se assim os conflitos geopolíticos que ocorriam há três séculos entre Portugal e Espanha e restaurava boa parte do Tratado de Madri.

 

HOLANDESES:

Outro povo que invadiu o Brasil é o holandês. Ao longo do século XVII os holandeses invadiram e tomaram conta do Pernambuco entre 1630 a 1654. Eles  tinham como objetivo montar uma colônia baseada na produção de açúcar .Seu maior representante foi o governador Maurício de Nassau, um alemão que esteve aqui de 1637 a 1643. Massau fez uma série de reformas e melhorias na cidade de Recife , mas os  holandeses foram expulsos ao final das Guerras Brasílicas.


Com a saída dos holandeses o avanço territorial aumentou territorial de Portugal aumentou  e a crise açucareira no Nordeste do Brasil, fazia com que Portugal procurasse novas riquezas. Iniciava-se assim um novo ciclo, o CICLO DO OURO.

 

 

1.5-      AS ENTRADAS E AS BANDEIRAS


                         Portugal começou a expedições para o nosso interior com as ENTRADAS e BANDEIRAS endo que e no século XVIII eles descobririam as primeiras minas de ouro. As ENTRADAS e BANDEIRAS se caracterizavam por serem expedições de desbravamento territorial. Em nosso país, elas  ocorreram nos séculos XVII e XVIII. De  todo modo elas eram um pouco diferentes.

As ENTRADAS eram na verdade expedições oficiais organizadas e financiadas pelo governo que eram  organizadas pelo governo e saiam do litoral ao interior do Brasil, partindo de São Paulo e São Vicente , na direção centro-oeste e sul do Brasil e tinham o objetivo principal de mapear o nosso território.

As ENTRADAS visavam na maioria o coleta de informações parar os portugueses aumentarem o conhecimento e viabilizar a colonização de nosso interior. Na verdade as ENTRADAS também tinham o caráter de descobrir e explorar minas de ouro, prata e pedras preciosas. Em várias situações, as ENTRADAS  também atuavam no combate aos grupos indígenas que ofereciam resistência aos colonizadores portugueses. Eram formadas a partir de  soldados portugueses e brasileiros em sua grande maioria.



As BANDEIRAS eram lideradas por paulistas chamados de bandeirantes e tinham em sua composição familiares, agregados, brancos pobres e mamelucos. Essas expedições eram feitas por colonos ,geralmente feitas a partir da Vila de São Paulo , atual cidade de São Paulo, de onde saíam armados em busca de índios por apresamento, das  minas ou mesmo do cumprimento de serviços em que eram contratados, como a destruição de Quilombos, sendo chamados de o nome de Bandeirantes.

Muitos bandeirantes se destacaram, como Bartolomeu Bueno da Silva que ocorreu por volta de 1672 e 1740, saindo da capitania de São Paulo em direção a região centro-oeste do país à procura de jazidas.

Outra bandeira famosa foi a de Domingos Jorge Velho, que ocorreu por volta de 1615 e 1703, que saiu do nordeste  em direção ao sertão e litoral paulista. O seu principal propósito era o sertanismo de contrato, ou seja, eram contratados por fazendeiros para combater quilombos e tribos indígenas que atacavam cidades e engenhos.

A Bandeira de Raposo Tavares saiu da cidade de São Paulo entre 1598 e 1658 em direção às regiões sul e centro-oeste do país e tinha como principal objetivo a captura de indígenas.

Podemos dividir o Bandeirantismo em três partes:

-Bandeirismo de Preação ou também chamado de apresamento,  tinha como objetivo  a captura dos índios.

-Bandeirismo de Contrato que tinha como função recapturar escravos fugitivos e destruir quilombos que eram formados, assinando contrato e tinham um caráter militar.

-Bandeirismo de Prospecção que tinha o cunho de buscar  minérios preciosos, tais como ouro, prata ou pedras preciosas. No século XVII ,em Minas Gerais foram encontradas as primeiras jazidas e posteriormente nasceram as Capitanias de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Alguns bandeirantes se destacaram na prospecção naquela época, com destaque a Fernão Dias Pais, Antônio Rodrigues Arzão, Pascoal Moreira Cabral e Bartolomeu Bueno da Silva.

 

1.6-      O BANDEIRANTISMO EM GOIÁS:

 

Os primeiros bandeirantes vieram de São Paulo no final do século XVII e início do século XVIII e buscavam ouro. Nesse período de contato, os bandeirantes se encontraram com os nativos indígenas, negros. A cultura do Estado de Goiás começava nesse instante se formar, deixando como legado as principais cidades históricas, como Corumbá de Goiás, Pirenópolis e Goiás, antiga Vila Boa e primeira capital de Goiás.

GOIÁS veio de um termo tupi “gwaya” e tem origem na denominação da tribo indígena “guaiás” que, pela má compreensão ou rápida visualização e posterior reprodução, virou Goiás. O termo “gwaya”,  quer dizer "indivíduo igual, gente semelhante, da mesma raça".

Provavelmente, segundo muitos historiadores, foi Bartolomeu Bueno da Silva, conhecido como o Anhanguera, o primeiro bandeirante a ocupar Goiás, porém,  a região era conhecida por alguns Bandeirantes , uma vez que estava no roteiro e fazia parte da rota dos Bandeirantes, ainda no primeiro século da colonização a que o Brasil viveu. Tinham um caráter oficial e destinadas a explorar o interior da colônia em busca de riquezas minerais (ouro, pedras preciosas), e outras empresas comerciais de particulares organizadas para captura de índios ou apresamento.

A Lenda de Anhanguera: Consta que em 1682, sua expedição partiu de São Paulo, atravessando o atual Estado de Goiás, seguindo até o rio Araguaia. Retornando desse rio, à procura do curso do rio Vermelho, encontrou uma aldeia indígena do povo Goiá. Segundo a lenda, as índias estavam glamourosamente adornadas com chapas de ouro e, como se recusassem a indicar a procedência do metal, Bartolomeu Bueno da Silva pôs fogo a uma tigela contendo aguardente, afirmando que, se não informassem o local de onde retiravam o ouro, lançaria fogo em todos os rios e fontes da região. Admirados e surpresos pela demonstração de Anhanguera, os índios informaram o local.



Os índios apelidaram Bartolomeu Bueno da Silva de Anhanguera (em tupi, añã’gwea), diabo velho.

Bartolomeu Bueno da Silva(pai), também nasceu e morreu  em datas incertas, e faz parte daqueles primeiros bandeirantes que, movidos pelas dificuldades econômicas, pelo tino sertanista e pelo espírito de aventura, partiram de São Paulo para desbravar e colonizar o interior do Brasil. Tudo isto foi feito, segundo a lenda, acompanhado de seu filho , chamado também de Bartolomeu Bueno do Silva, à época ainda uma criança. É importante frisar que essa bandeira acabou originado a lenda das minas da serra dos Martírios, buscada por vários sertanistas. Segundo fontes da época, "tinha por obra da natureza uma semelhança da coroa, lança e cravos da paixão de Jesus Cristo" esculpidos em ouro e cristais.

O segundo Anhanguera, o filho, também se chamava Bartolomeu Bueno da Silva , nascendo na Paraíba em 1672 e vivendo até 1740.Ele herdou do  pai o nome e o apelido Anhanguera (Diabo Velho), dado pelos Em 1722 parte de São Paulo em uma nova expedição e, durante três anos, explora os sertões de Goiás. A ida para o interior já não era tão complicada e difícil como nos primeiros tempos. Os bandeirantes retornaram triunfantes a São Paulo, e divulgaram a descoberta de cinco córregos auríferos.

De acordo com os bandeirantes, as jazidas eram tão prósperas quanto as de Cuiabá, apresentavam um ótimo clima e uma fácil comunicação. É claro que isso chamou muita atenção na época, e em pouco tempo depois, os bandeirantes fizeram uma nova expedição para a exploração do novo território, tendo Bartolomeu Bueno da Silva, agora como superintendente das minas, e como guarda-mor João Leite da Silva Ortiz.


No ano seguinte, conseguiu encontrar ouro no rio Vermelho, perto da antiga capital de Goiás, voltando ao local no ano seguinte sendo o capitão-mor regente das minas. Acabou fundando o arraial de Santana, elevado em 1739 à categoria de vila como Vila Boa de Goiás, e que nos dias de hoje e a atual Cidade de Goiás, e que ficou conhecida por muitos como  “Goiás Velho”. O Rei Dom João V também concedeu a ele a sesmarias e a cobrança de direitos sobre a passagem de rios que conduziam às minas goianas.

 Mas nem tudo deu certo e a pretexto de que o Anhanguera havia sonegado as rendas reais, acabou por retirar o direito de passagem por volta de 1733.Seu poder enfraquecia e conforme se organizava a administração estatal de Goiás, a autoridade do sertanista ia sendo limita limitada pelos delegados régios. Quando morreu em 1740, Bartolomeu Bueno da Silva(filho), estava pobre e reduzido a um exercício quase decorativo.

Importante lembrar que Goiás pertenceu à capitania de São Paulo. Segundo a História, no ano de 1744, foi criada a capitania de Goiás, tendo como primeiro Governador , Dom Marcos de Noronha, o Conde de Arcos, que tomaria sua posse em 8 de novembro de 1749. É sabido que a mineração na capitania passou declinar após 1750. No século XIX  veio a chegada da Família Real em 1008, a Independência do nosso país em 1822, e a capitania de Goiás tornou-se uma Província.






1.7-      O DECLÍNIO DO OURO EM GOIAS:

 

A época do ouro foi intensa e breve em goiás e após .Depois de aproximadamente 50 anos, a mineração entrou em rápida e completa decadência. Por outro lado, só se explorou o ouro de aluvião, isto é, das margens dos rios, e a técnica empregada era rudimentar. 


O seu ápice ocorreu em 1750,sendo que entre 1751 a 1770 a extração e exploração do ouro foi diminuindo de maneira rápida e drástica. Do ano de 1770 em diante  a mineração entrou em declínio e a  decadência provocou o abandono de muitos povoados goianos.

 

 

 

 

1.8-      A ECONOMIA DE SUBSISTNCIA EM GOIÁS:

 

Com a decadência do ouro, o governo passou a adotar medidas administrativas que não trouxeram resultado satisfatório. Com a economia enfraquecida, a sociedade goiana regrediu a uma economia rural e de subsistência.



Segundo esse sistema econômico, ele é baseado em atividades geralmente rudimentares, que existem com o único objetivo da autossuficiência. Ele produz apenas o necessário para o consumo imediato. As vezes é chamado de agricultura familiar.

 

1.9-      AS OLIGARQUIAS GOIANAS:

 

A independência em Goiás se deu gradativamente e a formação das juntas administrativas, que representam um dos primeiros passos neste sentido, dando com isso, a disputas pelo poder entre os grupos locais da região.




Segundo autores, Goiás apresentava uma situação de  periferia, ou seja, era baseada  na  pecuária extensiva(gado solto) e  na  agricultura  de  subsistência. Sua população  escassa  e  dispersa dentro de um imenso território; isolada ; sem muita comunicação , haviam poucas estradas para o escoamento da produção e o progresso não chegava.

O gado, único era seu único produto de exportação para outros estados, pois ia andando (comitivas) , até Minas  Gerais  e  São  Paulo.  Tudo isso, garantia as oligarquias locais as suas sustentações. Monopolizada pelos fazendeiros e pecuaristas da região , surgiam os chamados coronéis. Para eles,   poder  central  deixava  que  os problemas  sejam  resolvidos  por  aqui  mesmo.

 

Os principais oligarcas que dominaram foram ao  longo  da  Primeira  República: os Bulhões, os Xavier de Almeida e  os Caiado, sendo que esta última,  a  mais  poderosa  e  que estruturou o seu domínio, pela engenharia política, cujas peças eram um partido forte, único até, o Partido Democrata.







1.10-  AS FERROVIAS CHEGAM AO ESTADO DE GOIÁS:

 

Ao final do século XIX, a primeira ferrovia foi construída no Brasil e a partir de então, importantes ocorreram inúmeras   mudanças. As ferrovias trouxeram o progresso a Goiás e o transporte ferroviário chega ao estado no início do século XX, gerando importantes mudanças territoriais. A grande mudança estava muito além da integração de apenas o Sudeste brasileiro, ocorreram um “boom” da população e da produção agropecuária.

Com as ferrovias, vieram o crescimento econômico , traduzido especialmente pelo aumento na produção de arroz, café e gado bovino, trouxe também o surgimento de cidades e pelo processo de urbanização. A estrada de ferro ajudou muito Goiás, o que demonstra a importância dos trilhos tanto para a formação do território goiano como pela sua integração com a economia de nosso país.





1.11-  A REVOLUÇÃO DE 1909:

 

 A chamada Revolução de 1909, foi uma expressiva demonstração de poder das oligarquias e a  mobilização do coronelismo goiano. Podemos dizer que foi  o marco do surgimento da ascensão de uma liderança que dominaria a política goiana até Revolução de 1930. Essa liderança foi de enorme significado para a política de Goiás, pois as composições e articulações nele estabelecidas, fizeram a diferença , bem como pelo despontar de lideranças que vão marcar os próximos decênios.




O seu grande líder foi Totó Caiado,  do Partido Democrata, representando os interesses econômicos da elite agropecuária goiana.

 

1.12-  O TENENTISTMO E A ASCENÇÃO DE GETÚLIO E O PROJETO " MARCHA PARA O OESTE":


O Brasil passou por momentos muito tumultuados no fim do Primeira República, estendeu-se de 1889 a 1930. Durante esse período ocorreu o TENENTISMO, movimento político-militar que se desenvolveu durante o período compreendido entre 1920 a 1935, aproximadamente, e que teve sob a liderança dos “tenentes”, como eram conhecidos os oficiais revolucionários da época. 



É sabido que nem todos eram verdadeiros tenentes, mas em sua grande maioria oficiais de baixa patente. Podemos dizer que o movimento constituiu um dos principais agentes históricos responsáveis pelo colapso da Primeira República, ou seja, ele está inserido no processo de crise da sociedade agroexportadora e do Estado oligárquico que era comum em nosso país ,culminando a Revolução de 1930.

Getúlio Vargas foi presidência do Brasil a partir de 1930, conhecida por “Era Vargas” (1930-1945),sendo quem a sua volta seria em 1951, por mais três anos, até que, em 1954, ’saiu da vida para entrar na história’. Nos quase vinte anos em que governou o Brasil, a ambiguidade da política de Vargas o tornou uma imagem cultuada tanto pela direita quanto pela esquerda.

Getúlio foi responsável por importantes direitos sociais, como o voto feminino e os direitos trabalhistas; mas  governou o país de forma autoritária durante o período ditatorial conhecido como “Estado Novo”. Em seu governo foi implementado um projeto que foi chamado de Marcha para o Oeste”, sendo  desenvolvido pelo governo durante a ditadura do Estado Novo. Esse projeto foi criado com o intuito de promover a integração econômica e o crescimento populacional das regiões Norte e Centro-Oeste do país.



É importante que se frise que os governadores dos estados foram substituídos por pessoas nomeadas pelo novo Presidente, os chamados interventores. Normalmente eram pessoas militares da Revolução de 1930,sendo assim, tentes de sua confiança. Como forma de agradar esses tenentes, Vargas nomeava-los. Na verdade, com essa substituição, pretendia-se aniquilar o poder local dos coronéis , a chamada “política dos governadores”. Com Goiás não seria diferente.

Pedro Ludovico Teixeira participou da Revolução de 1930. Em 24 de outubro do mesmo ano foi determinada a sua remoção para a cidade de Goiás, porém, durante o caminho, veio a notícia da vitória da revolução. Com isto, Ludovico chegou ao destino e não mais sendo um prisioneiro ,assumiu a liderança de um movimento vitorioso e o governo provisório do estado. Logo depois , foi nomeado interventor em seu estado, em 21 de novembro. No ano de 1933, ficou decidida a reconstitucionalização do país, e Pedro Ludovico tomou parte ativa na criação do Partido Social Republicano (PSR).No ano seguinte, o de 1935, seguindo as normas da Constituição federal votada no ano anterior, reuniu-se a Assembleia Constituinte de Goiás, que o elegeu como governador do Estado.

No ano de 1937, com a decretação do Estado Novo, ficou  novamente à frente do governo estadual, como interventor. Com a crise do Estado Novo No início de 1945 e o surgimento de novos partidos políticos, participou intensamente da criação do Partido Social Democrático (PSD), presidindo-o em seu estado. Coma queda de Vargas, foi substituído na interventoria.

 Depois de 1940, o estado de Goiás cresceu de forma muito rápida  e graças a alguns fatores como a construção de Goiânia; o desbravamento do mato grosso goiano, e a campanha nacional “Marcha para o Oeste”, e que teria o seu auge na década seguinte com a construção de Brasília, todos esses fatos agrupados, acabaram por dar um ritmo acelerado ao progresso do Estado de Goiás.



Foi ainda eleito senador na legenda do PSD para um mandato de oito anos e, tomou parte nos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte de 1946. Também foi membro do diretório nacional desta agremiação política, em 1950 interrompeu seu mandato no Senado para candidatar-se novamente ao governo do Estado de Goiás, sendo eleito em 3 de outubro do mesmo ano. Foi empossado em janeiro de 1951, governando por apenas três anos e meio, renunciando para desincompatibilizar-se novamente candidatar-se ao Senado.

 

1.13-  A MUDANÇA DA CAPITAL E A CONSTRUÇAO DE GOIÂNIA :

 

A fundação de Goiânia surgiu da necessidade de descentralização do poder oligárquico que ocorria em Goiás e em outras partes do Brasil e acabou se tornando símbolo da nova república inaugurada por Getúlio Vargas.

A cidade de Goiânia viria a nascer das necessidades de descentralização do poder local do estado de Goiás, então nas mãos políticas e concentrado em famílias oligárquicas, como as famílias Caiado, Jardim e Bulhões, como era comum das regiões do interior do Brasil na denominada outrora de “República Velha”. Construir uma nova capital em Goiás simbolizava a nova política e levantava um passo que tornava evidente a descentralização do poder local. Coube ao interventor Pedro Ludovico Teixeira consumar o fato.

Em 1932, Ludovico pois a estudar e a elaborar o plano para mudança da capital, que se fazia urgente à época.    O      interventor e a cúpula dos revolucionários de 1930 sabiam o que tinham que fazer, e mesmo com forte contrariedade da oposição, consideravam a construção da nova cidade um investimento, e não fonte de gastos desnecessários para o Estado.



Em 24 de outubro de 1930, homenageando à data em que o presidente Washington Luís foi deposto e Getúlio assumiu, foi lançada a pedra fundamental para a construção da nova cidade. O seu nome seria escolhido mais tarde através de um concurso e a cidade de Goiânia nasceria , vinda de “Goia” [de Goiás] mais Nea [do latim “neo”, novo].



     Goiânia teve sua inauguração efetiva em 1937, ano em que os primeiros edifícios ficaram realmente prontos. Para sua concepção urbanística e arquitetônica, foram contratados os serviços do arquiteto e urbanista Attlio Corrêa Lima, que se inspirou no modelo das cidades-jardins do urbanismo francês para definir a estrutura da nova capital.

Segundo historiadores, o nome sugerido para a nova capital seria  “Petrônia”, em homenagem ao seu fundador Pedro Ludovico, mas segundo fatos, ele não teria aceitado. O jornal O Social havia realizado um concurso cultural com seus leitores para o batismo da nova cidade e os nomes Petrônia e Goiânia concorreram. Pedro Ludovico, no entanto, por razões que ele nunca revelou a ninguém, em decreto de 2 de agosto de 1935 formalizou o nome da nova capital para Goiânia.

 

1.14-  O PLANO DE METAS DE JK:

O presidente Juscelino Kubitschek criou uma política de desenvolvimento econômico que era feita em seu programa de metas, que abrange projetos a serem executados com recursos públicos e privados. Em resumo, podemos elencar:

  • Energia
  • Transporte
  • Indústria 
  • Educação
  • Alimentação

        A intensão de JK era o de estimular o desenvolvimento da indústria no Brasil. Ele assume o nosso país como o lema “Cinquenta anos em cinco” , colocando em prática o Plano de Metas, sendo a implementação da indústria automobilística por meio de incentivos fiscais a sua grande meta. A verdade é que JK optou-se pela criação de indústrias que fabricavam veículos nacionais e as fábricas da Volkswagen, Mercedes Benz, Willys Overland e General Motors acabaram sendo instaladas pelo Brasil.

        Quanto a energia, JK expandiu as usinas hidrelétricas com a construção de Paulo Afonso, no rio São Francisco, e o começo das obras de Furnas e Três Marias, no Estado de Minas Gerais. Também foi criado o  Conselho Nacional de Energia Nuclear e o Ministério de Minas e Energia. O governo de JK criou a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE).



        Mas uma de suas grandes criações foi a cidade de Brasília. A capital do Brasil .tornou-se eleita como a meta síntese de seu governo. JK também tinha como estratégia a sua criação, pois faria um polo dinâmico no interior do país. Seu Plano de Metas, acabou-se tornado a base de desenvolvimento da economia do Brasil, e com isso a “espinha dorsal” do nacionalismo desenvolvimentista de Juscelino. É importante salientar que o seu plano não foi tratado igualmente e a Educação recebe apenas 4,3% e a Alimentação 3,2%.O Transporte recebeu 29,6%. 


 

1.15-  DISTRITO FERERAL / BRASÍLIA  / RIDE:

-Distrito Federal: Consiste no nome dado a uma das 27 regiões administrativas que compõem a República Federativa do Brasil. Cabe lembrar que é o menor ente administrativo da União, servindo como abrigo para a capital da Federação, Brasília. O DF tem cerca de 5801 km², não possuindo as divisões características dos Estados nem dos Municípios. As aglomerações urbanas em seu território são as Regiões Administrativas.

 A cidade do Rio de Janeiro, já foi o Distrito Federal. No ano de 1974,foi extinto o estado da Guanabara e a cidade do Rio de Janeiro passa a ser a capital do estado de mesmo nome. O Distrito Federal  é onde se localiza a capital do país. Atualmente, a cidade de Brasília é onde se encontram Brasília, fundada em 21 de Abril de 1960.Portanto, é importante frisar que até essa data a Capital Federal era a cidade do Rio de Janeiro.



-Brasília:   é a capital federal do nosso país e sua história está liga aos sonhos de JK em construir uma capital nacional planejada e localizada no interior do Brasil. Brasília está localizada no Centro-Oeste na região do Planalto Central Brasileiro.



-Região Integrada de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal e Entorno ( RIDE ):  abrange uma grande quantidade de municípios do Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais. Esses municípios integram uma área de planejamento e geração de políticas públicas comuns a eles, tendo a finalidade de propiciar o desenvolvimento da sua população.

RIDE/DF surgiu de uma Lei Complementar n.º 94, de 19 de fevereiro de 1998, e regulamentada pelo  Decreto nº 7.469, de maio de 2011, com objetivos de efeitos de articulação da ação administrativa da União, dos Estados de Goiás, Minas Gerais e do Distrito Federal.

São de interesse da RIDE-DF os serviços públicos comuns ao Distrito Federal, Estados de Goiás, Minas Gerais e aos Municípios que a integram, relacionados com as seguintes áreas: 

- Infraestrutura; geração de empregos e capacitação profissional; saneamento básico, em especial o abastecimento de água, a coleta e o tratamento de esgoto e o serviço de limpeza pública; uso, parcelamento e ocupação do solo; transportes e sistema viário; proteção ao meio ambiente e controle da poluição ambiental; aproveitamento de recursos hídricos e minerais;  saúde e assistência social; educação e cultura; produção agropecuária e abastecimento alimentar; habitação popular;  serviços de telecomunicação; turismo; e a segurança pública. 

 


 

1.16-  DIVISÕES EM GOÁS:  

O fim do isolamento e abandono era o grande argumento usado por moradores do então norte de Goiás, que queriam e reivindicavam a separação. Essa alegação foi o discurso usado em todos os movimentos de emancipação, que tiveram três grandes momentos na história, começado  antes mesmo da Independência do Brasil, em 1821. Em meio a essas transformações, em 1988, o norte do Estado foi desmembrado, dando origem ao Estado do Tocantins.

 



 

Uma Regionalização do Brasil foi usada no começo dos anos de 1990  pelo IBGE, e o estado de Goiás foi dividido em Mesorregiões e Microrregiões. Tinha por objetivo de regionalização o processo social como determinante, o quadro natural como condicionante e a rede de comunicação e de lugares como elemento da articulação espacial.



Em 2017 a regionalização passou a ser diferente e Goiás, e os 246 municípios, foram divididos em regiões intermediárias e imediatas.


Essa nova divisão que foi atualizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2017 tem por base diferentes critérios de regionalização geográfica. Assim sendo, Goiás passou a possuir  6 Regiões Geográficas Intermediárias e 22 Regiões Geográficas Imediatas.



 





1.17-  AGRONEGÓCIO EM GOIÁS:

Na década seguinte, a de 1960, Goiás passa a apresentar um processo bem mais dinâmico de desenvolvimento, chegando aos nossos dias como uma região próspera e bastante atraente para os migrantes. Hoje, Goiás é um grande exportador de commodities agropecuárias, com rápido processo de industrialização e está inserido no comércio nacional e internacional, aumentando e diversificando suas relações com os grandes centros comerciais, dentro e fora do país.

A modernização agrícola ocorrida na década de 1970 e o seu rápido desenvolvimento da agroindústria nos anos seguintes, mais precisamente, na década de 1980, representaram uma grande mudança para Goiás. Mesmo sendo lembrado com uma certa “vocação natural” para agricultura, Goiás teve um grande o papel interventor do setor público, tanto federal como estadual, sendo vital para o processo de modernização da agricultura e desenvolvimento do setor agroindustrial no estado.



Na década de 1990 houve maior uma maior diversificação do setor industrial por meio do crescimento de atividades do setor de fabricação de produtos químicos, farmacêuticos, veículos automotores e produção de combustível etanol. O estado crescia e se tornava um dos mais importantes do país. O fator responsável dessa atração de capital, foram os programas de incentivos fiscais estaduais implementados a partir da década de 1980.

Goiás estava a aparecer mais no cenário nacional como um estado importante e o dinamismo econômico provocado por todos esses processos ocasionou também a redistribuição da população no território, por meio de um intenso forte êxodo rural (Fuga do homem do campo para a cidade).



Com tantas novidades e as novas formas de produção adotadas, intensivas em capital, foram responsáveis pela mudança da população do campo para a cidade. As cidades aumentaram com a chegada desse novo contingente, o estado recebeu gente de todo lado, mas a região que recebeu mais gente foi a capital, Goiânia, as cidades da região do Entorno de Brasília, como Luziânia e Formosa, e as cidades próximas às regiões que desenvolveram o agronegócio, como Rio VerdeJataíCristalina e Catalão.

O estado de Goiás se tornou também um local de alto fluxo migratório nas últimas décadas, sendo considerado um dos locais com maior fluxo migratório líquido do país. A princípio, podemos dizer que as principais razões para esse alto fluxo migratório são:

-A localização estratégica (interliga praticamente todo o país por eixos rodoviários);

-O dinamismo econômico da região;

-E a proximidade com a capital federal, Brasília.


 

2.     GEOGRAFIA DE GOIÁS

 

2.1-      LOCALIZAÇÃO :

Segundo o site do governo de Goiás,  é o sétimo maior Estado do país e ocupa uma área de 340 mil quilômetros quadrados. Sendo situado na região Centro-Oeste do Brasil, faz divisa com Tocantins, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O estado de Goiás possui 246 municípios e envolve o Distrito Federal , com exceção ao seu extremo sudeste. 



 

2.2-      ESTRUTURA GEOLÓGICA E RELEVO:

 

 De modo geral , Goiás  apresenta, em geral, modestas amplitudes altimétricas. As altitudes variam genericamente de 200 a 1200m, quando observamos das  proximidades da planície do Bananal ao grande dispersor de águas das bacias Platina e Amazônica.

Segundo o Boletim Goiano de Geografia ( Goiânia: UFG, V.12, n.1. Jan./Dez. 1991º) , o  resultado são individualizados três grandes quadros morfoestruturais:

- Maciços antigos, modelados por processos denudacionais pretéritos, aplainados e reafeiçoados no Cenozóico, e topograficamente configurados por planaltos, serras e depressões inter-montanas.

- Bacia de sedimentação caracterizada por planaltos escarpados, mesas e chapadões.

- Depressões pediplanadas (do Araguaia e do Tocantins), caracterizadas por grandes extensões de relevos planos e áreas de dessecção incipiente.

 

    Nós podemos observar no mapa a seguir as faixas de dobramentos do ciclo brasiliano, ou seja, as áreas da orogênese antiga, que deram origem às cadeias ou cinturões orogênicos bastante antigos do Brasil, dos quais os maiores são os do Nordeste, do Atlântico e o de Brasília ou Araguaio-Tocantins, e os menores são o Sul-Riograndense , o do Paraguai e o Gurupi.


 

2.3-      CLIMA:

         De modo geral o clima do Estado de Goiás é o tropical. Esse clima é caracterizado por ter verões chuvosos e invernos secos. Quase  95% da chuva que cai todos os anos é registrada entre os meses de outubro e abril. A seca é um apresenta-se como no período subsequente e é de menor índice pluviométrico, ou seja,  ocorre de maio a setembro. 


         Suas temperaturas médias anuais variam entre 23 ºC, ao Norte, e 20ºC ao Sul. Quando chega os meses de maiores secas, o termômetro costuma registrar um calor que gira em torno dos 34ºC. Outro fator e o freio que durante o seu período mais intenso que abrange junho e julho, pode chegar a 12ºC, principalmente nas regiões Sudeste e Sudoeste.

 

 

 

Temos anteriormente representado o CLIMOGRAMA de Goiás, onde os números de baixo representam os meses, a linha vermelha a temperatura e as áreas azuis na vertical representam as chuvas durante  os 12 meses. Observe que o mês mais quente é o de Setembro, o mais frio o de julho, o meses mais chuvosos estão entre dezembro e janeiro e o mais seco é o de julho pelo gráfico.



A seguir, veremos a classificação climática do Estado de Goiás, segundo KÖPPEN:



2.4-      VEGETAÇÃO:

 

O estado de Goiás apresenta uma vegetação bastante variada, mas a de CERRADO se destaca. 



Essa vegetação é marcada por árvores e arbustos tortuosos, cascas grossas, folhas secas, vegetação de tropófilas ( adaptadas ao clima seco e úmido), retorcidas, folhas coriáceas ( Folhas espessas, consistentes, rígidas mas flexíveis, como couro),raízes profundas, um solo ácido e lateritizado ( quando uma camada ferruginosa aglomera-se sobre eles a partir do processo de lixiviação, ou seja, com a lavagem da superfície pelo escoamento da água das chuvas, sendo um processo de  intemperismo químico).



Sua peculiaridade é o bioma, sendo que a flora, considerada a mais rica savana do mundo, abriga ao menos 11,6 mil espécies de plantas já catalogadas. O Cerrado cobre cerca de 70% do território goiano e é o segundo maior bioma brasileiro, ficando atrás somente do bioma Amazônia. 



No cerrado encontramos o escleromorfismo oligatrofico, ou seja, tem origem do latim (ESCLERO: envelhecida, torta, retorcida/ MORFISMO: forma - OLIGO: poucos -  TRÓFICO: está relacionado com nutrientes).Essa nomenclatura traz a caracterização das árvores e arbustos do Cerrado brasileiro, como sendo uma vegetação que possui árvores e arbustos em sua maioria de troncos retorcidos e com tendência ao nanismo (baixo crescimento), isso acontecendo devido a baixa fertilidade e elevada acidez do solo por conta do excesso de alumínio.



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2.5-      SOLO:

Geralmente são caracterizados por serem solos ácidos, com uma   boa porosidade, por  terem uma profundidade e transformações intempéricas provocadas pela lixiviação, ocorre a separação de metais de alto valor agregado de minerais a partir de uma solução aquosa.



O Domínio morfoclimático do Cerrado é caracterizado por diferentes tipos de solos e relevo, que estão interrelacionados, tanto com a composição climática, com a caracterização da vegetação e de seu passado geológico. De modo geral os  solos do Cerrado caracterizam-se pela predominância dos Latossolos.


 Outro ponto importante é a CALAGEM. Esse método consiste nos objetivos de diminuir a acidez, ou seja aumentar o pH do solo, e fornecer cálcio e magnésio para as plantas. É uma técnica utilizada no preparo do solo agrícola em que materiais de calcário são colocados ao solo para neutralizar a sua acidez, e com isso aumentar a sua produtividade e trazer um grande retorno financeiro.



                    

2.6-      HIDROGRAFIA:

Em Goiás nós temos drenagens alimentadoras de três importantes Bacias :   

-  Araguaia/Tocantins

-  São Francisco

- Paraná.

Estes três formam as bacias que ocupam uma área total de 2.431.980,91 quilômetros quadrados. É importante salientar que deste espaço, 340.070,75 quilômetros quadrados fica em Goiás, representando 13,98% do total. Os rios mais expoentes são o Aporé, o Araguaia, o Paranaíba, o Vermelho e o Corumbá.



 

3.    POPULAÇÃO DE GOIÁS:

 

3.1- POPULAÇAO ABSOLUTA E RELATIVO ( DENSIDADE DEMOGRÁFICA)

 


O estado de Goiás é o 11º mais populoso do país, contando com 7.206.589 habitantes., correspondente a 3,4% do total de moradores do nosso país, que é de 213.317.639. A estimativa se refere a 1º de julho de 2021, sendo publicada no Diário Oficial da União. Em 2020, o IBGE apresentou a estimativa de um total de 7.113.540 residentes em Goiás. Pelos valores, podemos perceber que o estado ganhou mais 93.049 habitantes.  A cidade de Goiânia se encontra na 10ª posição entre as capitais mais populosas do Brasil, ou seja, que tem estimado um número total de 1.555.296 habitantes. No que diz respeito a Região Metropolitana de Goiânia, ela fica na 12ª colocação, com 2.695.362 habitantes.

Devemos dar destaque também que o Estado de Goiás tem um pouco mais da metade de sua população goiana na ordem de 58,8% ou 4,24 milhões de habitantes. Conforme os dados estipulados, a população está concentrada em apenas 14 dos municípios, com um percentual de 5,7%, ou seja, são aqueles com mais de 100 mil habitantes.

Quando se leva os municípios com mais de 500 mil habitantes, Goiânia e Aparecida de Goiânia, estes municípios concentram 29,9% da população residente no Estado de Goiás, equivalendo  a 2,16 milhões de pessoas. Podemos destacar também que 222 municípios goianos (90,2%) tem menos de 20 mil habitantes, concentrando somente 31,5% da população de todo Estado de Goiás, com 2,27 milhões de habitantes.



Sobre a sua população está crescendo, sendo que a cidade de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Rio Verde e Águas Lindas de Goiás estão entre os municípios mais populosos do Estado. A cidade de Anhanguera continuou a ser a de menor população, tendo um pouco mais de 1 mil habitantes.

O IBGE estima que o aumento da população de Goiás esteja crescendo em uma média de 1 habitante a cada 5 minutos e 48 segundos , ao passo que o Brasil vem com uma média de 1 habitante a cada 21 segundos.




3.2-      CRESCIMENTO NATURAL E  VEGETATIVO DE GOIÁS:

 



Goiás é caracterizada por possuir um povo migrante, e desde 1940, 70% de sua população era de pessoas migrantes. Conforme os dados das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílio e do Censo 2000, em torno de 25% da população do estado nasceu fora de Goiás. O número populacional que chegou no Estado de Goiás pelo Censo Demográfico (2000), concentra na Região Metropolitana de Goiânia, no Entorno de Brasília e na Região do Sudoeste Goiano.

 Segundo essas pesquisas, a Região Metropolitana de Goiânia concentra os migrantes dos estados de Tocantins, Maranhão, de Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Distrito Federal, Piauí. A região composta pelo entorno de Brasília, tem desde 1960 uma intensa migração de nordestinos, principalmente para trabalhar na construção civil, e ainda hoje, concentra o maior número de nordestinos que chegam em Goiás.

Brasília contribuiu muito para a formação das cidades satélites, e sua expansão contribuiu para o crescimento populacional das cidades do seu entorno. As cidades de Águas Lindas de Goiás, Valparaíso de Goiás, Novo Gama, foram criadas no ano de 1995, em apenas nove anos, são entre outros municípios, os que mais atraem e chamam os migrantes.

No Sudoeste Goiano, a sua população é em sua maioria originada do Sul do país, destacadamente ,o Rio Grande do Sul, Paraná e o Mato Grosso do Sul. As cidades com maior concentração populacional dessa área são a de  Rio Verde, Mineiro, Jataí, Chapadão do Céu. Estão com uma intensa atividade agropecuária, tendo a soja voltada para o Agronegócio.

Por fim, o crescimento demográfico diz respeito à porcentagem de mulheres que migram para o Estado de Goiás, recebendo mais mulheres  do que homens de outros Estados, vindo em busca de novas oportunidades de trabalho e estudo.  A taxa de Crescimento Populacional demográfico  de Goiás é de aproximadamente 1,8% ao ano, impulsionada pelo Crescimento Vegetativo e pelo intenso fluxo migratório tendo com destino ao estado de Goiás.

 

 

 

3.3-      TAXA DE FECUNDIDADE:

 


Pelo que podemos observar, o Brasil apresenta uma Taxa de Fecundidade menor que a de Goiás. Na verdade as duas taxas são muito parecidas.

Segundo o IBGE, a fecundidade em Goiás tem declinado desde a década de 1960, nessa época tinha 6,77 filhos por mulher. Passaram-se duas décadas (1980), e a taxa caiu para 4,73 filhos por mulher e na década de 1990, ficou próxima a 2,47 filhos por mulher. A redução da taxa de fecundidade do estado se deve a vários fatores, entre eles podemos citar a ampliação do uso de métodos contraceptivos, a redução da mortalidade infantil, a  melhoria do nível educacional e ainda a maior participação da mulher na força de trabalho em Goiás.

 

 

 

3.4-      ESTRUTURAS DEMOGRÁFICAS:

 

São três as Estruturas Demográficas a se saber: Sexual, Econômica e Etária. Vamos analisar cada uma dessas estruturas a seguir:

3.5.1- SEXUAL:

        Segundo o IBGE, existem mais mulheres em Goiás do que os Homens, sendo uma tendência nacional. Veja a tabela a seguir:



O IBGE aponta que Goiânia apresenta mais mulheres do que homens, sendo que a sua população estimada em 2020 era de 1.536.097 pessoas, e desse total, a Pesquisa de 2019, aponta que 51,8% são do sexo feminino. Conforme os números, seguem e ampliam a tendência nacional de que há mais mulheres que homens no Brasil.

           Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Estado de Goiás apresenta-se como 8º estado com o maior índice de estupro de mulheres no ano de 2019. Naquele ano foram registrados 2.741 casos, o que representam uma média de 7,5 estupros por dia. Isto é visto com uma cultura machista e impossibilidade de se traçar um perfil do agressor e isso é um dos fatores que estão citados como dificuldade no combate a esse horrível tipo de crime.

3.5.2- ECONÕMICA:

        Tomando por base os três setores da economia ( Primário: agropecuária e extrativismo / Secundário: indústria e construção civil / Terciário : comércio e serviços ), o setor de TERCIÁRIO , sendo o comércio predominante em Goiás, representando cerca  de 65,6% do fluxo de produção. Neste setor ressaltamos o Comércio (varejista e o atacadista), é muito dinâmico, principalmente na capital , e também podemos dar destaque as atividades imobiliárias. A  indústria tem 24,5% na participação no PIB goiano, ao passo que o setor agropecuário vem com 10,4% (Dados obtido em 2015).

Mas não podemos nos enganar. Mesmos tendo a menor participação o setor agropecuário é de suma importância para a economia de Goiás, uma vez que vem do agroindústria, uma das atividades mais crescem. É importante frisar que as carnes, derivados de leite e de soja, molhos de tomates, condimentos e outros itens da indústria alimentícia, bem como na produção sucroenergética , estavam crescendo num ritmo acelerado.

É importante observar então que o setor que mais gera emprego e renda no Estado de Goiás é o de serviços. Os serviços prestados às famílias; de alojamento e alimentação; recreativas, atividades culturais, esportivas; atividades de ensino continuado; serviços de informação e comunicação; serviços prestados às empresas; transportes; correios e outras atividades de entrega a se saber. 

3.5.3- ETÁRIA: 



Segundo dados veiculados, no ano de 1970 as crianças totalizavam 45% da população total, sendo que em 2015 essa diferença na participação cai pela metade. Projeta-se que até 2030 seguirá a tendência de queda do percentual das crianças e o aumento dos idosos.

 Uma coisa a ser tratada é  bônus demográfico, ou seja, a força de trabalho (pessoas na ativa) será muito maior que a população dependente, atingindo o seu máximo em Goiás por volta de 2020, e começando então a diminuir. Segundo estudos ,ainda nos anos 2030, deverá acontecer a inversão na quantidade de pessoas de até 14 anos de idade e as com mais de 65.


 

3.5-      MIGRAÇÕES :

O  Estado de Goiás teve como maioria dos migrantes chegando em terras goianas partindo do Tocantins, de Minas Gerais, do Pará e do Maranhão. É o segundo estado que mais atrai migrantes nosso país. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2018, procura dar destaque que Goiás tenha recebido 40 mil novos habitantes, sendo uma média de 109 pessoas por dia. O Estado ficou atrás do Estado de São Paulo, que recebeu mais de 45 mil habitantes. 

Podemos destacar o elevado fluxo interestadual procedente do Distrito Federal, Maranhão, Bahia e Minas Gerais, o que revela a importância das migrações de estados que estão vizinhos. Outra coisa chamou a atenção, ainda, que quando comparado ao estado de São Paulo, tradicional porta de entrada de migrantes internacionais e nacionais, Goiás é superior em retenção de população.

Segundo o Índice de Eficácia Migratória, podemos notar que em 2010 o Estado de Goiás era um dos principais polos de retenção populacional do país, tendo valores superiores aos apresentados pelo Estado de São Paulo. Mesmo sendo algumas informações baseadas no Censo de 2010, fica evidente que o Estado de Goiás ainda mantém sua característica de estado atrativo para migração, uma vez que os indivíduos não naturais do estado representam 28,7% da população.





4.    ECONOMIA  DE GOIÁS


A Economia de Goiás teve diversos momentos em sua História e cada um teve suas particularidades e características. Desde o bandeirantismo, passando pela mineração e seguida pela subsistência, vimos a ascensão de oligarquias e logo a seguir a chegada do trem de ferro. Anteriormente, discutimos essas oligarquias e a chamada Revolução de 1930 , a “Marcha para Oeste” e a própria construção de Goiânia. Daí em diante, Brasília foi construída e com isso a região central do Brasil ganha impulso e progressos.

A partir dessa situação, Goiás cresce e passa a ser uma das regiões mas dinâmicas do Brasil. Nesse contesto, analisaremos  o Estado de Goiás nessa perspectiva econômica.

 

4.1-      AGRONEGÓCIO  X AGRICULTURA FAMILIAR:

 

Em relação à agricultura, Goiás está entre os maiores produtores em nível nacional de soja, sorgo, milho, feijão, cana-de-açúcar e algodão. A modernização agrícola, a partir dos anos 1980, foi um dos fatores que estimulou o desenvolvimento da agricultura goiana.

A pecuária também é um dos destaques na produção de rebanho bovino, suíno, equino, leite e ovos, além do abate de bovinos, suínos e aves. Conforme dados de 2017 do Instituto Mauro Borges,  75% das exportações goianas são compostas por produtos ligados à soja, carne e minérios. 

No Estado de Goiás tudo que se fala da terra  e sua posse, deve ser analisado com muita atenção. Tudo começou com a busca de ouro e criação de bois e plantação de roças. O rápido esgotamento das minas fez com que as pessoas  permanecessem numa realidade bem mais difícil de ser enfrentada: o seu isolamento em um imenso território quase despovoado de uma Capitania encravada no coração do país e longe dos olhos e de tudo da administração colonial.



Goiás estava isolado do resto do país e isso cobrava um peso administrativo da colônia e o rigor das leis que recaíam sobre a pequena população. Os impostos pesavam sobre a população e eles  produziam  com o objetivo de sobrevivência, ou seja, fazer comércio com o que sobra. O restante era cercada por um imenso espaço, grandes terras, para a própria agricultura e a criação de gado, mas o uso e a posse da terra eram restringidos por leis bem rígidas e cheias de formalidades difíceis de serem cumpridas pelos camponeses mais simples. Existia uma grande concentração fundiária em todo país e não era diferente no Estado de Goiás. O Brasil sempre teve os privilégios como uma das suas características e existia um forte anacronismo de raízes históricas bem profundas.

Nascemos com essa alcunha e tudo estava dividido entre poucas pessoas .Pouca coisa se modificou e mesmo depois de muitos anos , nada se modificou  e existe uma grande concentração fundiária.

Hoje em dia, estamos vivendo a revolução científica e tecnológica (Tecno-científica ou Terceira Revolução, sendo que muitos especialistas já falam de uma Quarta Revoluçao Industrial). Ocorreu com ela uma grande revolução no campo quanto às “técnicas agrícolas”, à “produtividade”, ao “transporte e armazenamento”, à “biotecnologia” e no “gerenciamento, competitividade”. Porém, quanto às relações de produção , a agricultura permaneceu no mesmo lugar e consumo, mudando pouco e mantendo os mesmos  hábitos. O anacronismo da estrutura fundiária, não facilitou o acesso à terra a quem realmente dela necessita para trabalhar, e se concentrou mãos de poucos oligopólios.

4.2-      MINERAÇÃO:

É importante lembrar que para Goiás, sua história mineral e a mineração está intrinsecamente ligada ao processo de ocupação portuguesa e formação do seu território. Muitas dessas áreas se tornaram embriões das primeiras cidades, e o seus caminhos coloniais eram a primeira rede urbana, conforme narra Arrais, Arrais e Oliveira (2016).

O Ouro foi muito importante para Goiás por muitos anos do século XVIII. Mas o período aurífero entrou em crise e Goiás teve quem mudar. Veio a economia de subsistência , até que as grandes oligarquias surgiram. Com a chegada dos trens de ferro , Goiás cresceu e com a Revolução de 1930 e construção de Goiânia e Brasília, as coisas mudaram.

O grande marco das transformações ocorridas nas forças  técnico-produtivas da mineração, vieram coma criação em Goiás, em 1961, da Metais de Goiás S.A (METAGO) e isto ocorreu na gestão do governador Mauro Borges (1961-1963).Mauro tinha o objetivo de explorar e a lavra de jazidas minerais existentes no estado.

Hoje o Estado de Goiás encontra-se em terceiro lugar como polo mineral do país , ficando apenas atrás dos Estados do Pará e Minas Gerais, sem que seja computados os estados produzem o petróleo.



 A mineração representa uns 5% da produção do Brasil, com destaque o amianto, onde o Estado de Goiás é o maior produtor da América da Sul, o minério de níquel onde é o maior produtor do Brasil, o ouro, o fosfato e o segundo produtor de nióbio de nosso país.

 

 

4.3-      ENERGIA:

 

Este é um setor que vem crescendo e a partir do Convênio de Cooperação nº 26/2011 com a Agência Nacional de Energia Elétrica ( ANEEL) , sendo que a incumbência de fiscalizar os serviços de distribuição e geração de energia elétrica no Estado de Goiás e de realizar as atividades complementares de Ouvidoria , sendo feita pela Agência Goiana de Regulação (AGR).   O órgão é uma autarquia estadual sob regime especial, que possui personalidade de direito público e está jurisdicionada à  Secretaria da Economia do Estado de Goiás , ficando com toda autonomia técnico-funcional, administrativa e financeira, revestida de poder de polícia.

Segundo várias fontes, a  Enel Distribuição Goiás é classificada entre as piores concessionárias de energia elétrica do país , e segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a empresa teve o terceiro pior desempenho entre 29 companhias de grande porte avaliadas no ano de 2021.O Estado de Goiás ficou sem energia uma média 18,75 horas no ano de 2021, comparados às 16,48 horas no ano de 2020, sendo que o limite feito pela Aneel é de 12,58 horas. 

Goiás em energias renováveis de 2018 e 2017, demonstra que o maior percentual de fontes de energia é renovável (59%) em relação ao Brasil (43%) e ao mundo (14%). Essa situação coloca Goiás em destaque quanto a energia renovável. Por outro lado, outras fontes de energia como a solar em Goiás ainda são muito pequenas, chegando a 40 megawatts de geração de energia solar.

 


Nossa Matriz Elétrica destaca-se e coloca o Estado na liderança no critério , uma vez que na geração  de energia hidráulica, chega a 84%, contra 65% do Brasil e 16% do mundo. Outro ponto a se falar é o fato de que a biomassa em Goiás, chega aos 12%, enquanto o Brasil vai 8% e no mundo o valor é de 2%. A ANEEL  divulgou recentemente em 2018 que a registros em Goiás de 34 empreendimentos que utilizam biomassa como fonte de energia. Desses 34 empreendimentos, 32 por meio do bagaço da cana-de-açúcar e dois com resíduos florestais.



 

 

 

4.4-      TRANSPORTE:

Chegando ao final do século XIX, Goiás presentava um povoamento muito disperso.  Nesse intuito as redes de transportes foram importantes meios para a conexão do Estado de Goiás com outros espaços do Brasil. A mais importante era a estrada de ferro se fixada em Goiás e com isto cabe observar a política economicamente os seus atores sociais e o modo como a ferrovia acabou por influenciar a organização do espaço de Goiás na primeira metade do século XX. 

Mas num primeiro momento, as oligarquias queriam o Estado no atraso, pois se era convenientes a subserviência dos mais pobres. Existe uma concepção de que as oligarquias dominantes, os chamados coronéis, tiveram uma certa resistência à construção da ferrovia, uma vez que representaria a implantação de uma lógica econômica que poderia ameaçar o poder local.

 


Por outro lado, existe uma outra maneira de pensar, que para eles as elites agrárias goianas das primeiras décadas do século XX, não terem sido contra a implantação da ferrovia, por que poderia a rede técnica alavancar a exportação dos produtos agropecuários. Na verdade, as ferrovias traziam o progresso e não foi diferente com Goiás. Por onde elas passavam, vinha o desenvolvimento e novas ideias.

Veja a seguir o mapa rodoviário de Goiás:

 


 A  Agência Goiana de Regulação (AGR) , por meio da Gerência de Transportes , fica responsável pela regulação, controle e fiscalização do serviço de transporte rodoviário intermunicipal de passageiros, sendo compreendido como o conjunto de atividades que possibilita a oferta de transporte entre municípios situados no Estado de Goiás, o transporte regular , que é um serviço de utilidade pública e acessível a toda a população , conforme pagamento individualizado, com deslocamentos entre dois ou mais municípios do Estado de Goiás e o transporte não regular , que é um  serviço de privado rodoviário intermunicipal, individual ou coletivo, de passageiros para fretamento eventual ou turístico, fretamento contínuo e/ou escolar e fretamento vinculado entre municípios de Goiás.

No que diz respeito ao Estado de Goiás, seu transporte é predominantemente rodoviária. Existem outras modais de ligações , mas as rodovias prevalecem. Por outro lado, as ligações hidroviárias no interior do estado de Goiás com a região Sudeste, na divisa com Minas Gerais (Hidrovia Paraná – Tietê), apresenta uma grande potencial , embora este espaço seja um potencial.

A região se destaca em um espaço na produção de grãos no estado de Goiás , onde fica o complexo de embarque, desembarque e armazenamento de São Simão , fazendo divisa de Goiás com Minas Gerais. Porém, cabe salientar que a produção  de soja em Goiás é numa grande escala e está assentada em latifúndios monocultores que estão  voltados para o mercado externo, e aqui a hidrovia tem o papel relevante do transporte.

 

 

4.5-      COMÉRCIO E SERVIÇOS:

Segundo o Instituto Mauro Borges, na economia, o Estado de Goiás possui um Setor Terciário bem dinâmico e dentro dessa realidade podemos da destaque aos Serviços, seno aquele que predomina  no Estado , representando 65,6% do fluxo de produção. Ressaltamos também o Comércio (varejista, atacadista e o atacarejo) como sendo muito dinâmico, sendo que a capital tem destaque, bem como as atividades no  setor imobiliário.



A cidade de Goiânia não deve ter paralisação das atividades do comércio neste momento por causa da covid, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio-GO). No Estado, assim como no restante do país, uma das ações que mais  trouxeram impactos as empresas, foi o fechamento do comércio em Goiás.  É notório destacar que o setor de serviços foi o principal responsável pelo crescimento do PIB de Goiânia.

Veja a seguir os principais produtos das Exportações e das Importações do Estado de Goiás:

Exportações

-Soja, carne bovina, resíduos da extração do óleo de soja, sulfeto de cobre, carne de aves, ferro-nióbio, milho em grãos, entre outros produtos.

Importações

-Carros e peças, adubos e fertilizantes, produtos farmacêuticos, máquinas e equipamentos, enxofre e outros produtos do Estado.

 

As nossas exportações e importações tiveram parte na economia goiana , com destaque a seguir:

.Em junho/21, do total exportado por Goiás:

- Complexo da soja( 57,27%)

- Carnes (18,57%);

- Ferroligas (4,50%);

- Açúcar (4,04%), 

- Ouro (3,81%)

( que juntos totalizam cerca de 88% do volume exportado por Goiás no período).

 

 

.As importações também confirmam que o Estado   vem investindo em sua vocação (junho/21)

- Crescimento de 166,44% no consumo de adubos fertilizantes;

- 415,87% no de sal, enxofre, terras e pedras, gesso, cal e cimento;

- 12,64% em preparações de produtos hortícolas, de frutas ou  de outras partes de plantas. 



 

5- ASPECTOS CULTURAIS DE GOIÁS:

Culturalmente, o Estado de Goiás é muito rico. Sua gênese veio enraizada do meio rural ,do campo. Se caracteriza de muitas maneiras, seja no modo de falar, na maneira de se  portar e se vestir, além de repercutir nas tradições, festas, rituais e os seus símbolos, que compõem as suas memórias e identidade.

É importante salientar que o Estado teve bastante influência com a colonização portuguesa e da propagação do catolicismo. Suas heranças advindas dessa colonização trouxeram manifestações festivas de Goiás que geralmente possuem uma referência religiosa, às vezes incorporando o próprio folclore.

A junção de ritmos e de tradições europeias, indígenas e africanas, acabou trazendo uma grande diversidade de festas e outras manifestações culturais, onde podemos dar destaque:

5.1- FOLIA DE REIS: é uma manifestação cultural agrário, trazida e herdada pelos nossos colonizadores portugueses. Compreende o período que vai entre o Natal e o Dia de Santos Reis (6 de janeiro). Ocorre tanto na zona rural como na  urbana, e é representada por grupos de foliões que entoam cantigas com versos e danças em referência ao nascimento de Jesus Cristo. Tem por enredo a lembrança da  viagem feita pelos três reis magos à Belém para encontrar o Menino Jesus.

 


5.2- CONGADA : essa manifestação ocorre tradicionalmente em Catalão, sendo uma festa com origem africana, homenageando a Nossa Senhora do Rosário e a São Benedito. A Congada consiste em uma festa dividida em duas partes:

-A primeira parte tem um caráter mais religioso , com missas, procissão e terço.

-A segunda parte do evento é constituído por uma visão mais folclórica, tem inúmeras apresentações de músicas e danças e a visitação às casas dos pioneiros da cidade.

 


5.3- CAVALHADAS: este movimento inicia-se no século XVII e é caracterizado pela chegada dos portugueses ao Brasil, e representa a luta entre os mouros e os cristãos. Sua encenação faz referências aos tempo medievais e homenageia o Divino Espírito Santo. A figura dos mascarados é de muita beleza,  exibindo suas roupas coloridas, extravagantes e máscaras com caras de animais. A manifestação cultural das cavalhadas, e bem típicas nas cidades de Pirenópolis , Corumbá de Goiás, Palmeiras de Goiás e na cidade de Santa Cruz de Goiás.

5.4- PROCISSÃO DO FOGARÉU:  uma das mais belas manifestações culturais é a da Procissão do Fogaréu. Consiste em um ritual que mistura religiosidade e folclore e acontece na antiga capital, a Cidade de Goiás. Tudo isto ocorre durante a Semana Santa e atraem milhares de pessoas durante seus festejos. A procissão do Fogaréu procura levar as pessoas ao momento histórico da prisão de Jesus Cristo, tendo os personagens vestidos de túnicas coloridas com seus capuzes pontiagudos. Essas pessoas fantasiados representam os soldados romanos, e saem andando pelas ruas da Cidade de Goiás , com tochas e acompanhados por  uma enorme quantidade de pessoas assistindo o evento.



5.5- FESTA EM LOUVOR AO DIVINA PAI ETERNO: é uma festa que segundo consta surgiu em 1840 e ocorre na cidade de Trindade. No ano de 1840 foi encontrada uma medalha de barro em que estava representada a Santíssima Trindade coroando Nossa Senhora levou muitas a se deslocarem ao local, surgindo assim a romaria. A festa ocorre entre  última semana do mês de junho e o primeiro domingo de julho. A sua maior característica e a tradição da utilização do carro-de-boi, principal meio de transporte no início da festa.

 


5.6- ROMARIA DE MUQUÉM: uma belíssima festa que ocorre do contanto de  Niquelândia com o pacato vilarejo do Muquém, através de uma procissão de 45 km, levando a imagem de Nossa Senhora. A romaria por caminhos do cerrado e suas paisagens é
uma tradição muito forte para os devotos da Romaria do Muquém.

Existem outras festas importantes no Estado de Goiás, como  a Festa de São Sebastião, em Silvânia, a  Festa de Nossa Senhora do Pilar, em Pilar de Goiás, etc. Mas o Estado não apresenta só estas manifestações culturais.

 

5.7- A CATIRA: A é uma dança que teve suas origens no sudeste do pais, sendo uma dança coletiva e popular, mas que teve na região Centro Oeste muita propagação. Hoje podemos ver essa dança em quase todas as regiões do Brasil, mas com o  destaque para o sudeste e o centro-oeste e em Goiás encontrou muitos adeptos.  Apesar da catira ou cateretê ser dançada por homens e mulheres, em sua maioria das vezes a uma coreografia de por homens camponeses.



5.8- A CULINÁRIA: os principais expoentes da culinária goiana , são pratos típicos como o arroz com pequi , o peixe na telha, a galinhada, a carne de lata, o bolo de arroz, pão de queijo, a guariroba, o biscoito frito ,as broas, doces de frutas cristalizadas e em calda, o doce de leite e a famosa pamonha , foram incorporados ao longo do tempo em Goiás.



 Seus pratos e quitutes tiveram influência baiana e mineira, mas também dos bandeirantes e tropeiros e portugueses que colonizaram a região.


5.9- A MÚSICA: é importante lembrar que a música goiana teve sua origem atrelada sertanejo de raiz e foi através dos tempos se modificando e tendo expressões diferenciadas. As raízes musicais  do Estado , surgiram com a vinda dos primeiros bandeirantes para a extração do ouro de minas e subsequentemente no que hoje seria o Centro-Oeste.



Foi feita de garimpeiros, artistas mambembes, religiosos e viários exploradores aventureiros, portanto, muito diversificada. Passou do sertanejo de raiz pelo sertanejo ou até mesmo pelo sertanejo universitário. Também podemos encontra desde a vida simples e difícil na roça ,imortalizada pelo “sertanejo de raiz” até mesmo o romantismo da “moda de viola” e agora aos amores juvenis ,o chamado “sertanejo Universitário”). Encontramos outras formas de músicas  hoje em dia, tais como o rock, o MPB e do Hip Hop.



5.10- LITERATURAGoiás possui uma ampla e variada lista de autores dos mais diferentes estilos e épocas. De modo geral eles e elas tiveram grande participação no contexto social goiano, nacional e até mesmo   alguns brilharam em nível internacional, como é o caso de Hugo de Carvalho Ramos e a maravilhosa e simples Cora Coralina.

 Por todo o lado seus feitos são lembrados por suas obras  e devemos cada vez mais conhecer sobre a riqueza da nossa literatura. Vejam a seguir alguns deles: a poetisa , contista e cronista Lêda Selma; o poeta realista José Godoy Garcia; Maria Rosário Cassimiro, que apesar de ser do  Catalão, morou no Goiás , sendo  escritora, educadora e ex-presidente da Academia Feminina de Letras de Goiás;  no realismo J.J Veiga; a poetisa negra Leodegária de Jesus ;  o advogado, professor, poeta, contista e romancista Bernardo Elís ( primeiro e único goiano a entrar para a Academia Brasileira de Letras) ;  Darcy França Denófrio, sendo autora de dezenas de livros didáticos, críticos e literário; o poeta e crítico literária Gilberto Mendonça Teles ; o poeta e contista Hugo de Carvalho Ramos e a mais conhecida de todos, Cora Coralina.

Cora Coralina  é uma das mais importantes escritoras do Brasil, e que somente teve o seu primeiro livro publicado em junho de 1965 (“Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”).Nessa época ela já tinha quase 76 anos de idade. Nascida na Cidade de Goiás, conclui os estudos apenas até a quarta série, mas com sua literatura nos encanta e todos que entram em contato com seus livros, poemas e artigos, todos ficam “embebidos” com tanta simplicidade e a alegria de viver da autora.


 

 

 

 

 

 

 

 

 


Um comentário:

  1. Espero que gostem e depois publicarei questões relativas ao assunto.
    Kléber Caverna

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