VULCANISMO
O Vulcanismo
consiste no processo de liberação de magma do
interior da Terra, que chega à superfície na forma de lava (acompanhada de gases em altíssima
temperatura), e se origina na enorme pressão existente no manto terrestre que
busca nas fendas das placas tectônicas um alívio de tensão, expelindo o material e gerando
enormes consequências às áreas em que ocorrem.
Os vulcões podem ser divididos em seu ritmo de ocorrência como:
·
Vulcões ativos
·
Vulcões adormecidos
·
Vulcões extintos
A saída do magma pode ocorrer de duas maneiras:
·
Uma explosiva e de enorme alcance
chamada de erupção vulcânica, no qual uma
grande quantidade de magma se choca em dutos no interior da crosta e transforma
essa imensa energia em choque em uma grande explosão (imagem abaixo).
·
A saída do magma pode ocorrer de forma
suave devido a uma fenda maior, gerando um menor atrito entre o material, essa
forma é chamada de derrames vulcânicos.
Toda essa atividade vulcânica está
relacionada a saída do magma ligada aos limites das placas tectônicas (litosféricas),
pois, estas são descontinuidades que permitem que a pressão do interior da
Terra impulsione o material magmático para a superfície. Sendo assim, a região
com o maior número de encontro de placas é também a parte do mundo com maior
ocorrência de vulcões, maremotos e terremotos,
essa região é chamada de Círculo de Fogo do
Pacífico.
É importante lembramos que apesar das
placas tectônicas significarem a grande maioria dos processos vulcânicos,
existe outra possibilidade de liberação de magma, a existência de um “Hot spot” (ponto quente), um ponto de “vazamento” no
meio da placa tectônica, permitindo que os vulcões existam longe das bordas das
placas. Um grande exemplo é o Havaí.
Os vulcões podem gerar consequências
terríveis quando entram em atividade, e ao contrário do que muitos imaginam, o
perigo não está ligado apenas à lava, pois, a fumaça e a poeira eliminados durante a explosão,
saem em temperaturas altíssimas e geram enormes destruições. Em alguns casos,
fragmentos de rochas são eliminados em meio à erupção, são os chamados piroclastos.
Portanto, o vulcanismo é um dos
processos da dinâmica terrestre que sempre encantou e amedrontou a humanidade,
existindo diversos registros históricos referentes a esse processo. Sabe-se que
as atividades vulcânicas trazem novos materiais para locais próximos à
superfície terrestre.
Com a evolução da ciência, o conhecimento a respeito dos vulcões também
aumentou consideravelmente.Ainda não podemos dizer com exatidão quando ocorrerá
uma explosão de um vulcão, mas já dispomos de inúmeras ferramentas modernas que
podem prever muitas dessas atividades ligadas ao vulcanismo.
Confira algumas das maiores e mais
destrutivas erupções vulcânicas que já ocorreram na Terra:
1 – Planalto de Deccan, Índia
Deccan Traps são um conjunto de campos
de lava na região do Planalto de Deccan, no que hoje é a Índia. Os campos de
lava cobrem uma área de cerca de 1,5 milhões de quilômetros quadrados, e
estiveram envolvidos em uma série de erupções vulcânicas colossais que
ocorreram entre 63 e 67 milhões de anos atrás.
O momento das
erupções coincide mais ou menos com o desaparecimento dos dinossauros, a
extinção em massa do período Cretáceo-Terciário. Evidências vulcânicas para a
extinção dos dinossauros se formaram nos últimos anos, embora muitos cientistas
ainda apoiem a ideia de que um impacto de um asteroide é o que os exterminou.
Acima, é uma
foto aérea da cratera Lonar na Índia, que repousa no interior do Planalto de
Deccan, a planície vulcânica de basalto maciço de rocha que sobrou da erupção.
2 – Parque
Nacional de Yellowstone, EUA
A história do
que é hoje o Parque Nacional de Yellowstone é marcada por muitas erupções
enormes, sendo a mais recente delas ocorrida há cerca de 640.000 anos.
Quando este
supervulcão gigantesco explodiu, enviou cerca de mil quilômetros cúbicos de
material para o ar. As erupções deixaram para trás campos de lava endurecidos e
caldeiras, depressões que se formam no chão quando o material abaixo irrompe à
superfície.
As câmaras de
magma de Yellowstone também fornecem ao parque um dos seus símbolos duradouros,
seus gêiseres, conforme a água aquecida pelo magma quente flui debaixo da
terra.
Alguns
pesquisadores previram que o supervulcão vai explodir mais uma vez, um evento
que iria cobrir até metade do país em cinzas de até 1 metro de profundidade. O
vulcão parece entrar em atividade uma vez a cada 600.000 anos, embora seja
impossível saber ao certo se ele vai explodir novamente. Recentemente, porém,
tremores foram registrados na área de Yellowstone.
3 – Thera,
Santorini, Grécia
Embora a data da
erupção do vulcão Thera não seja conhecida com certeza, os geólogos pensam que
ele explodiu com a energia de várias centenas de bombas atômicas em uma fração
de segundo.
Não existem
registros escritos da erupção, mas os geólogos acreditam que pode ter sido a
mais forte explosão já vista na Terra. A ilha que acolheu o vulcão, Santorini
(parte de um arquipélago de ilhas vulcânicas), tinha sido o lar de membros da
civilização minóica, embora haja algumas indicações de que os habitantes da
ilha do vulcão suspeitavam que ele iria explodir e evacuaram.
Mas, apesar dos
moradores poderem ter escapado, há motivos para especular que o vulcão
perturbou fortemente a cultura, com tsunamis e declínios de temperatura
causados pela enorme quantidade de dióxido de enxofre que expeliu na atmosfera e
alterou o clima. Na foto acima, você pode ver a ilha vulcânica de Santorini
como parece agora.
4 – Monte
Vesúvio, Itália
Monte Vesúvio é
um estratovulcão que se encontra a leste do que hoje é Nápoles, Itália.
Estratovulcões são estruturas cônicas altas e íngremes que, periodicamente,
explodem e são comumente encontradas onde uma placa tectônica da Terra está
submergindo abaixo de outra, produzindo magma ao longo de uma zona particular.
A erupção mais
famosa do Vesúvio é aquela que enterrou as cidades romanas de Pompeia e
Herculano em rocha e poeira no ano de 79, matando milhares de pessoas. As
cinzas preservaram algumas estruturas da cidade, bem como esqueletos e
artefatos que têm ajudado os arqueólogos a entender melhor a cultura romana
antiga.
O Vesúvio é
também considerado por alguns como o vulcão mais perigoso do mundo hoje, com
uma erupção massiva que ameaçaria mais de 3 milhões de pessoas que vivem na
área. A última erupção do vulcão foi em 1944.
5 – Laki,
Islândia
A Islândia tem
muitos vulcões que surgiram ao longo da história. Uma explosão notável foi a
erupção do vulcão Laki, em
1783. Acima, na foto, é a ilha Laki, hoje em dia.
A erupção de
1783 libertou gases vulcânicos que foram levados pela corrente do Golfo para a
Europa. Nas ilhas britânicas, muitos morreram de intoxicação por gás. O
material vulcânico enviado para o ar também criou pôr dos sóis ardentes,
registrados por pintores do século 18.
Danos às
culturas e perda de gado lançou a fome na Islândia, que resultou na morte de um
quinto da população. A erupção vulcânica, como muitas outras, também
influenciou o clima do mundo, conforme as partículas que enviou para a
atmosfera bloquearam alguns dos raios do sol.
6 – Monte
Tambora, Indonésia
A explosão do
Monte Tambora é a maior já registrada por seres humanos, qualificada como 7 (ou
“super colossal”) no Índice de Explosividade Vulcânica, a segunda colocação
mais alta no índice.
O vulcão, que
ainda está ativo, está localizado na ilha de Sumbawa e é um dos picos mais
altos do arquipélago indonésio. A erupção atingiu o seu pico em abril de 1815,
quando explodiu tão alto que foi ouvida na ilha de Sumatra, mais de 1.930
quilômetros de distância. O número de mortos da erupção foi estimado em 71.000
pessoas, e nuvens de cinzas pesadas desceram sobre ilhas distantes. A enorme
caldeira formada pela erupção de Tambora, na foto acima em 2009, tem 6 quilômetros
e 1.100 metros de profundidade.
7 – Krakatoa,
Indonésia
Os rumores que
precederam a erupção final do Krakatoa nas semanas e meses do verão de 1883
finalmente chegaram ao clímax em uma
enorme explosão em 26/27 de abril.
A erupção
explosiva deste vulcão, situado ao longo de um arco de ilhas vulcânicas na zona
de subducção da placa indo-australiana, ejetou enormes quantidades de rocha,
cinzas e pedra-pomes e foi ouvida a milhares de quilômetros de distância.
A explosão
também criou um tsunami, cuja máxima altura das ondas chegou a 40 metros e
matou cerca de 34.000 pessoas. Medidores de maré registraram que mesmo cerca de
11.000 quilômetros de distância na península Arábica houve aumento na altura
das ondas.
Enquanto a ilha
que outrora abrigava Krakatoa foi completamente destruída na erupção, novas
erupções em dezembro de 1927 construíram o cone Anak Krakatau (“Filho de
Krakatoa”), no centro da cratera produzida pela erupção 1883.
8 – Novarupta,
Alasca
A erupção do
Novarupta – um vulcão de uma cadeia de vulcões na península do Alasca, parte do
Anel de Fogo do Pacífico – foi a maior explosão vulcânica do século 20.
A erupção
poderosa enviou 12,5 quilômetros cúbicos de magma e cinzas no ar, que cobriram
uma área de 7.800 quilômetros quadrados e mais de um metro de profundidade. A
explosão foi tão poderosa que drenou magma sob um outro vulcão, o Monte Katmai,
alguns quilômetros a leste, fazendo com que o cume do Katmai entrasse em
colapso e formasse uma caldeira. A foto acima mostra uma geleira sobre
Novarupta.
9 – Monte St.
Helens, EUA
O Monte St.
Helens, localizado a cerca de 154 quilômetros de Seattle, é um dos vulcões mais
ativos dos Estados Unidos. Sua erupção mais conhecida foi a 18 de maio de 1980,
que matou 57 pessoas e causou danos a dezenas de quilômetros ao redor.
Ao longo do dia,
os ventos dominantes sopraram 520 milhões de toneladas de cinzas para o leste
através dos Estados Unidos e causaram a mais completa escuridão em Spokane,
Washington, a centenas de quilômetros do vulcão.
O vulcão
explodiu uma coluna de cinzas e poeira de 24 quilômetros para o ar em apenas 15
minutos; algumas dessas cinzas foram posteriormente depositadas sobre o solo em
11 estados. A erupção foi precedida por uma protuberância de magma na face
norte do vulcão, e a erupção fez com que essa face norte inteira deslizasse – o
maior deslizamento de terra já registrado na história. Em 2004, o pico voltou à
vida e vomitou mais de 100 milhões de metros cúbicos de lava, juntamente com
toneladas de rocha e cinzas.
10 – Monte
Pinatubo, Filipinas
Esse é outro
estratovulcão, localizado em uma cadeia de vulcões em uma zona de subducção. A
erupção cataclísmica de Pinatubo foi uma erupção explosiva clássica. A erupção
expulsou mais de 5 quilômetros cúbicos de material no ar e criou uma coluna de
cinzas que se levantou por 35 quilômetros.
As cinzas se
acumularam tanto que alguns telhados desmoronaram sob o peso. A explosão também
gerou milhões de toneladas de dióxido de enxofre e outras partículas no ar, que
se espalharam ao redor do mundo por correntes de ar e fizeram a temperatura
global cair cerca de 0,5 graus Celsius ao longo do ano seguinte.