A GUERRA FRIA :
Para entendermos a Guerra Fria temos que voltar um pouco na
história e observar o final do império Turco –Otomano, a Revolução Russa e
a Primeira Guerra Mundial.
O IMPÉRIO TURCO-OTOMANO
O Império Turco-Otomano já vinha tendo um pouco desde o final do século XIX por causa das guerras dos Bálcãs, onde a Turquia perdeu quase todo seu território para a Bulgária. Com a Primeira Guerra Mundial, o Império sofreu com o tratado de Sèvres em agosto de 1920 que dividia as terras turcas do Oriente Médio entre França e Inglaterra e ainda perdia parte de seu território pra Grécia e Armênia. Assim uma poderosa era do Império Turco-Otomano chegava ao fim.
O FIM DO CZARISMO E A REVOLUÇÃO RUSSA
Por outro lado , no começo do século XX, a Rússia era um país de economia atrasada e dependente da agricultura, pois 80% de sua economia estava concentrada no campo (produção de gêneros agrícolas).Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos impostos para manter a base do sistema czarista de Nicolau II. O czar governava a Rússia de forma absolutista, ou seja, concentrava poderes em suas mãos não abrindo espaço para a democracia. Mesmo os trabalhadores urbanos, que desfrutavam os poucos empregos da fraca indústria russa, viviam descontentes com os governo do czar.
Por outro lado , no começo do século XX, a Rússia era um país de economia atrasada e dependente da agricultura, pois 80% de sua economia estava concentrada no campo (produção de gêneros agrícolas).Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos impostos para manter a base do sistema czarista de Nicolau II. O czar governava a Rússia de forma absolutista, ou seja, concentrava poderes em suas mãos não abrindo espaço para a democracia. Mesmo os trabalhadores urbanos, que desfrutavam os poucos empregos da fraca indústria russa, viviam descontentes com os governo do czar.
Em 1905, Nicolau II mostra a cara violenta e
repressiva de seu governo, no conhecido
Domingo Sangrento, manda seu exército fuzilar milhares de manifestantes.
Marinheiros do encouraçado Potenkim também foram reprimidos pelo czar. Começava
então a formação dos sovietes (organização de trabalhadores russos) sob a
liderança de Lênin.
Os bolcheviques começavam a preparar a revolução socialista na Rússia e a queda da monarquia.Em 1917, a revolução Russa aconteceria e mudaria a história da Rússia e do resto do mundo.
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
Os bolcheviques começavam a preparar a revolução socialista na Rússia e a queda da monarquia.Em 1917, a revolução Russa aconteceria e mudaria a história da Rússia e do resto do mundo.
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
A partir da I Guerra que estabeleceu-se novas correlações
de forças no mundo, marcando o declínio da Europa e a ascensão dos EUA à
condição de principal potência mundial.
De certa forma podemos dizer que este conflito resultou
de vários episódios que vinham ocorrendo
desde o século XIX, como o fortalecimento do nacionalismo, que levou várias
nações europeias a disputarem zonas de seus interesses.
A
CRISE EM WALL STREET - CRASH DA BOLSA DE
VALORES EM 1929.
A
partir da segunda metade da década de vinte, devido, principalmente, ao fato
dos salários não terem acompanhado o aumento da produção. Com isto, havia
muitos produtos, porém não tinha quem comprasse estas mercadorias. Tudo isto
gerou grandes estoques, uma vez que havia uma superprodução e um mercado
consumidor que não dava conta de consumir o que era produzido.
Tudo isto somado.
Tudo isto somado.
Toda
essa crise chegou ao mercado de ações, ocasionando o “crash” (quebra), pois o
preço de suas ações caia constantemente e inúmeros bancos, seguradoras,
indústrias, foram à falência, provocando o desemprego de mais de
12 milhões de norte-americanos.
12 milhões de norte-americanos.
O
interessante disto tudo é que se este texto não tivesse sido identificado como
relativo à Grande Depressão de 1929, uma pessoa menos avisada poderia achar que
se tratava da Crise Imobiliária que vem avassalando o mundo desde 2008.
SEGUNDA
GUERRA MUNDIAL – 1939/1945
Depois da derrota alemã na Primeira
Guerra Mundial e a humilhação sofrida com o Tratado de Versalhes, a Alemanha partiu para um processo de profundas
mudanças e o nazismo toma sua forma e a ascensão de Hitler
ao poder, em 1933. A II Guerra Mundial resulta do choque entre os interesses
das nações que dividiam o mercado internacional desde o fim da I Guerra Mundial
e as pretensões da Alemanha de conquistar o mundo. Este conflito envolveu quase
todos os países do mundo e acabou por influenciar no declínio das velhas nações
da Europa, que passam a ver os EUA e a URSS como as superpotências emergentes
no pós-guerra.
Esta Conferência ocorre na
capital do Irã entre os dias
28 de novembro e 1 de dezembro de 1943, estando presentes Josef Stalin (União Soviética), Winston Churchill (Reino Unido) e Franklin Delano Roosevelt (Estados Unidos). Em Teerã ficou decidida a divisão da Alemanha em zonas de influência, e formulou-se a proposta de criar uma organização internacional para a preservação da paz.
28 de novembro e 1 de dezembro de 1943, estando presentes Josef Stalin (União Soviética), Winston Churchill (Reino Unido) e Franklin Delano Roosevelt (Estados Unidos). Em Teerã ficou decidida a divisão da Alemanha em zonas de influência, e formulou-se a proposta de criar uma organização internacional para a preservação da paz.
Também a Inglaterra e EUA
reconheceram os territórios da Estônia, Letônia, Lituânia e do Leste da Polônia
como áreas anexadas ao território soviético.
O PÓS-GUERRA E A BIPOLARIZAÇÃO MUNDIAL
Durante
a II Guerra Mundial, os EUA e a URSS foram aliados na luta contra a Alemanha
nazista. Com o fim do conflito e a derrota do Eixo, os antigos aliados se
transformaram em ferrenhos adversários. Nascia assim a Guerra Fria. Com isto
o mundo ficaria na esfera de duas superpotências e surgia assim o mundo Bipolar,
onde os EUA e a URSS teriam as “rédeas” da história.
AS TRÊS GRANDES CONFERÊNCIAS DE 1945
CONFERÊNCIA DE YALTA:
Foi realizada de 4 a 11
de fevereiro de 1945, em Yalta, na região da Criméia (Ucrânia), com a
participação de Winston Churchill, primeiro-ministro do Reino Unido, Franklin
Roosevelt, presidente dos Estados Unidos (EUA), e Josef Stálin, governante da
então União Soviética (URSS). A reunião aconteceu às margens do mar Negro, em
Yalta, na Criméia, sob as abóbadas de um antigo palácio czarista.
Entre os dias 4 e 11
foram discutidos vários assuntos , entre eles a redefinição das fronteiras do Velho
Continente - prova de que a vitória aliada já é vista por eles como líquida e
certa. Era o chamado “Espírito de Yalta”, que preconizava uma conciliação dos
vencedores, e sua declaração final, expressa neste espírito de euforia, e que
aparentemente abria uma longa era de paz e estabilidade no contexto mundial. As
principais definições de Yalta são:
· definição
das fronteiras soviéticas e o destino dos países do Leste Europeu.
· a
URSS recupera quase todos os territórios perdidos durante a Primeira Guerra:
Estados bálticos (Letônia, Lituânia e Estônia) e do leste Polonês.
· Criação
de uma faixa de segurança junto as fronteiras da URSS.
· eliminação
do Nazi-facismo.
CONFERÊNCIA DE SÃO
FRANCISCO
O encontro realizou-se entre 25 de abril e 26
de junho, tendo por objetivo substituir a antiga Liga das Nações e a criação da
ONU. As principais objetivos da ONU foram:
· Defesa
da paz mundial
· Defesa
dos direitos humanos (em 1948 foi criada a Declaração Universal dos Direitos
Humanos)
· Igualdade
dos direitos dos povos
· Melhoria
do nível de vida em todo o mundo
· Criação
da Assembleia Geral e o Conselho de Segurança: composto por quinze membros,
sendo cinco permanentes (EUA, URSS – hoje Federação Russa -, Grã-Bretanha
França e China), com direito a veto e dez transitórios.
CONFERÊNCIA DE POTSDAM:
O correu entre 17 de julho e 2 de agosto de
1945, em Potsdam, nos arredores de Berlim, Alemanha, reunindo Stálin, Clement
Attlee, do Reino Unido,que substitui Churchill e o novo presidente
norte-americano, Harry Truman. As principais
resoluções de Potsdam:
· Divisão
da Alemanha em três zonas provisórias de ocupação. (obs: posteriormente a
França também receberia uma parte do território alemão para controlar)
· Criação
do Conselho Interaliado.
· Desnazificação
da Alemanha
· Berlim
também seria dividida entre as potências vencedoras da Segunda Guerra.
DOUTRINA
TRUMAN - 1947
A Doutrina Truman foi
criada pelo presidente dos EUA Harry Truman em 1947 com o objetivo de conter o
avanço soviético pelo mundo afora.
OS
PLANOS MARSHALL E COLOMBO X COMECOM
Plano Marshall : é resultado dessa
doutrina e estabelece a transferência de recursos para ajudar na reconstrução
dos países destruídos pela Guerra. Essa ajuda também foi oferecida à União
Soviética, que não aceitou e se retirou do Conselho Interaliado, fato este que
acirrou as relações entre os mesmos. Esse plano foi um instrumento econômico e
financeiro criado pelos EUA para injetar 13 bilhões de dólares na Europa
destruída pela Segunda Guerra Mundial, e com isto estabelecer uma área de
influência no continente europeu.
Para dar conta do Projeto de contenção da
influência Soviética, os Estados Unidos financiaram a reconstrução e o
fortalecimento econômico da Europa, através do Plano Marshall e dos países do Leste e
Sudeste asiáticos, através do Plano
Colombo.
COMECON: a oposição ao Plano
Marshall foi o COMECON (Conselho de
Assistência Econômica Mútua), foi criado em 1949 pela URSS como uma oposição ao
Plano Marshall e procurava vincular as economias do Leste Europeu à economia da
União Soviética (URSS). Enquanto Stalin esteve vivo, o ano de
1953, O Comecom limitou-se a fazer acordos financeiros e econômicos entre os
países do Leste Europeu, porém, mais tarde sua ação ampliou-se com a entrada de
países de fora da Europa.
O BLOQUEIO DE BERLIM E A DIVISÃO DA ALEMANHA
Com o passar dos anos a
situação foi se deteriorando cada vez mais entre a URSS e os EUA e tanto a
Alemanha como a cidade de Berlim, sentiam na “pele” o recrudescimento da Guerra
Fria. Todo este clima de tensão provocou um incidente que marcaria este início
de Guerra Fria, o Bloqueio de Berlim.
O
Bloqueio de Berlim, que teve início em 24 de Junho de 1948 e durou um até 12 de
Maio de 1949, ocorreu quando a URSS eliminou todas as conexões da estrada, do
trilho e da água a Berlim Ocidental, com o intuito de que com o bloqueio, esta
parte da cidade começaria a passar fome e necessidade, por conseguinte,
forçaria os aliados á abandonar a região.
A URSS não contava com a resposta do lado
ocidental que organizou a maior e mais prolongada ponte aérea da história, para
sustentar a cidade, abastecendo-a de tudo o que poderia ser considerado
necessário, incluindo todos os combustíveis, mesmo o carvão para o aquecimento
durante o Inverno.
Após onze meses o
Bloqueio de Berlim acabaria e após o seu
término, a Alemanha iria ser dividida mais uma vez, só que agora surgiriam dois
novos Estados:
·
RDA (República Democrática Alemã) – pró URSS
·
RFA (República Federal da Alemanha) – pró EUA e Europa
Ocidental.
CRIAÇÃO DA OTAN - Organização
do Tratado do Atlântico Norte
OTAN:
Com a necessidade de fortalecimento militar dentro do cenário europeu, os
Estados Unidos criaram em 1949 uma aliança militar ocidental a Organização do Tratado do Atlântico Norte -
OTAN. O surgimento dessa
instituição vai levar definitivamente à divisão da Europa e estabelecia que os
Estados-membros da OTAN se comprometeriam a assegurar a sua defesa e que, uma
agressão a um ou mais aliados, seria considerada uma agressão a todos.
A OTAN fez grande esforço para a manutenção
de uma defesa coletiva e até então, ideológica, pois nunca houve um conflito
armado contra o lado soviético.
REVOLUÇÃO CHINESA – 1949
Devemos lembra que a revolução Chinesa também foi um marco deste
início de Guerra Fria. Ocorrida em 1949 após muitos anos de disputa entre
comunistas e nacionalistas, a China se vê diante de um sistema comunista, tendo
como líder a figura de Mao tsé-tung.
O MACARTISMO (1950 até 1954)
O Macartismo
foi um fenômeno do contexto da Guerra Fria, especificamente nos Estados Unidos;
sendo assim, a generalização deste termo a qualquer perseguição anticomunista
torna-se anacrônica e equivocada. Pelo Macartismo, a sociedade era estimulada a
prática da delação e ao Estado cabia a intimidação. Acabou atingindo em grande
escala os meios artístico e intelectual.
A GUERRA DAS COREIAS – 1953
Este foi o primeiro conflito indireto
entre os EUA e URSS e ocorreu entre
1950, tendo a Península da Coréia como o palco de uma sangrenta batalha. O
Conflito na Coréia foi o resultado direto da Revolução Chinesa liderada por Mao
Tse tung, que fez forte pressão para que a região adotasse o sistema socialista
em todo seu território.
A porção sul da Coréia resistiu com a
ajuda dos EUA e a guerra se arrastou até 1953, com a divisão definitiva da
região em duas coreias, sendo que a Coréia do Norte teria o apoio militar da
URSS e a Coréia do Sul ficando sob a influência dos EUA.
No ano de 1953 é que a paz veio a região
com o Armistício de Panmunjom, assinado em 27 de julho daquele ano. O acordo
previa a manutenção da fronteira definida em 1948 e estabelecia uma zona
desmilitarizada entre as duas Coreias.
MORRE
STALIN E ENTRA KRUSHEV – 1953
Com a morte de Stalin e a sua substituição por Nikita
Krushev, as coisas tomaram novos rumos na Guerra Fria. Inicia-se um novo
período denominado de Coexistência
Pacífica. Esta nova estratégia soviética buscando evitar a todo o custo o
confronto direto entre as duas grandes potências e desloca a Guerra Fria para
os campos da economia e da tecnologia.
A CORRIDA ESPACIAL E ARMAMENTISTA
A Corrida
Espacial foi na verdade uma disputa entre os EUA e a URSS pela conquista do
espaço. Com esta disputa entre as grandes potencias, a exploração espacial e
suas descobertas trouxeram inúmeros avanços científicos e tecnológicos.Com a
corrida espacial a humanidade pode colher muitos “frutos” da tecnologia
aplicada pelas duas agências espaciais durante a Guerra Fria, tais como:
·
as barras energéticas;
·
os líquidos que substituem a comida no seu formato
tradicional;
·
ao teflon, que não foi inventado pelo programa espacial,
mas se popularizou com ele;
·
o uso da energia solar.
Outra disputa interessante entre os EUA e
URSS foi pelo desenvolvimento de novas tecnologias aplicadas ao setor bélico.
Cada vez mais os dois países rivais desenvolviam novas armas com um poder de
fogo que passava a colocar em risco o próprio planeta.
Tanto a corrida espacial como a armamentista saíram
muito caro para as duas superpotências, que no início da década de 1980 já
sinalizavam para o esgotamento dos investimentos nestes setores.
CRIAÇÃO DO PACTO DE
VARSÓVIA – 1955
O Pacto de Varsóvia foi criado em 1955, sendo
a resposta soviética à OTAN, sendo controlada pela URSS e tendo como objetivo
principal defender militarmente os países socialistas alinhados com os
soviéticos.
Com o fim da
URSS em dezembro de 1991, o Pacto também
chega ao seu final.
1955 ( 18 A 24 DE ABRIL) -CONFERÊNCIA DE BANDUNG – INDONÉSIA
Entre os dias 18 e 24 de abril de 1955, em
Bandung, na Indonésia, reuniram-se, numa conferência internacional, vinte e
nove países da Ásia e da África. Era a primeira vez que se reuniam. O
primeiro-ministro da Índia, Nehru, que combatera, ao lado de Gandhi, a
dominação inglesa, estava presente, ao lado do presidente Nasser, do Egito, de
Chou En Lai, premiê da República Popular da China, do imperador Haile Salassié,
da Etiópia, e dos reis do Marrocos e do Camboja, entre outros.
Alguns dos
participantes tinham um passado de revolucionário, mas todos estavam reunidos na
Indonésia para se lançar à guerra contra o subdesenvolvimento e para condenarem
o racismo e a dominação colonial. A conferência procurou transmitir a ideia de criar o Tribunal da Descolonização,
para julgar os culpados deste grotesco crime contra a humanidade, o
Imperialismo, mas a iniciativa foi abafada pelos países centrais. Falaram
também sobre as Responsabilidades dos Países Imperialistas, que existem até hoje.
Responsabilidade que significa ajudar a reconstruir os estragos que os antigos
colonos fizeram no passado.
Reuniram-se na Conferência de Bandung, os
líderes de vinte e nove Estados asiáticos, sendo estes o Afeganistão, Arábia
Saudita, Birmânia, Camboja, Laos, Líbano, Ceilão, República Popular da China,
Filipinas, Japão, Índia, Paquistão, Turquia, Síria, Israel, República
Democrática do Vietnam, Irão, Iraque, Vietnam do Sul, Nepal e o Iêmen do Norte,
bem como os seguintes países africanos, como a Etiópia, Líbia, Libéria e o Egito,
perfazendo uma população total de 1350 biliões de habitantes. O patrocínio
desta Conferência foi da responsabilidade da Indonésia, Índia, Birmânia, Sri
Lanka e do Paquistão e a conferência tinha como objetivo a promoção da
cooperação econômica e cultural afro-asiática, como forma de oposição ao que
era considerado colonialismo ou neocolonialismo dos Estados Unidos da América,
da União Soviética ou de outra nação considerada imperialista.
Também foi apresentado nesta
conferência a noção de Terceiro Mundo e os princípios básicos dos Países Não
alinhados, ou seja, uma postura diplomática e geopolítica de equidistância das Superpotências.
Apesar do não alinhamento, todos os países declararam que eram socialistas mas
não se iriam alinhar ou sofrer influência Soviética. O Não Alinhamento não foi
possível no contexto da Guerra Fria, onde a URSS e os EUA cada vez mais
procuraram expandir as suas áreas de influências. Em Bandung o chamado conflito
leste-oeste,
dava passagem para um novo conceito de conflito norte-sul, expressão de um mundo dividido entre países ricos e
industrializados e países pobres exportadores de produtos primários.
Os Dez Princípios da Conferência de Bandung:
1. Respeito aos
direitos fundamentais, de acordo com a Carta da ONU;
2. Respeito à
soberania e integridade territorial de todas as nações;
3. Reconhecimento da
igualdade de todas as raças e nações, grandes e pequenas;
4. Não intervenção e não
ingerência nos assuntos internos de outro país;
5. Respeito pelo
direito de cada nação defender-se, individual e coletivamente, de acordo com a
Carta da ONU;
6. Recusa na participação
dos preparativos da defesa coletiva destinada a servir os interesses
particulares das Superpotências;
7. Abstenção de um ato
ou ameaça de agressão, ou do emprego da força, contra a integridade territorial
ou a independência política de outro país;
8. Solução de todos os
conflitos internacionais por meios pacíficos, de acordo com a Carta da ONU;
9. Estímulo aos
interesses mútuos de cooperação;
10. Respeito pela
justiça e obrigações internacionais.
INSURREIÇÃO HÚNGARA - 1956
No mês de outubro de 1956, mais de 200 mil
pessoas, entre estudantes, operários e soldados. concentram-se em Budapeste,
junto da estátua do poeta nacional, Sandor Petöfi, para aprovar um caderno de
15 reivindicações, entre elas o regresso ao poder do comunista reformador Imre
Nagy..As reivindicações de 23 de Outubro já vinham sendo formuladas por um
influente grupo de intelectuais, o Círculo
Petöfi.
Após vários dias de muita tensão e um
aparente recuo soviético, que parecia não interessada em debelar o movimento,
as tropas russas que haviam se retirado da Hungria no começo do conflito,
voltam ao país e na madrugada de 4 de Novembro, entram em Budapeste, fazendo
uma repressão brutal: 20 mil húngaros mortos, contra 720 soldados soviéticos e
mais de 200 mil pessoas vão para o exílio.
A REVOLUÇÃO CUBANA E SUAS REPERCUSSÕES
– 1959
No
início da década de 1950, depois de muitos anos de grande exploração imposta
pelos EUA, Cuba começa a trilhar uma nova era. Na década de 1950, assumia em Cuba
através de um golpe militar o ditador
Fulgência Batista. A partir do golpe, começam a surgir movimentos contrários a
seu governo, tendo em Fidel Castro o seu principal opositor. Depois de uma
tentativa frustrada de derrubar a ditadura de Fulgêncio, Fidel acabou indo para
o exílio no México. Neste país, conheceu o argentino Ernesto Che Guevara, que
iria se aliar a ele e se tornar em um dos maiores símbolos da revolução cubana.
Após
voltarem para Cuba e se refugiarem nas florestas tropicas em Sierra Maestra,
Fidel e seus companheiros, ganharam a confiança da população e em 1959,
conquistaram o poder na “ilha” e Batista se exilou em São Domingos. Com isto,
Cuba se torna um país comunista comandado por Fidel Castro. Fidel implementou
inúmeras mudanças no país, entre elas:
·
Queda das tarifas de eletricidade;
·
Diminuição dos valores dos aluguéis;
·
Queda dos preços dos livros escolares;
·
Nacionalização de usinas, refinarias e
indústrias;
·
Reforma agrária.
Em
1961,após a nacionalização de usinas, refinarias e indústrias estrangeiras , os
Estados Unidos romperam as relações diplomáticas com Cuba
A INVASÃO DA BAÍA DOS
PORCOS:
Em Abril de 1961 cerca de 1300 exilados
cubanos treinados pela CIA, a Agência Central de Inteligência dos EUA,
desembarcaram na baia dos Porcos, em Cuba numa tentativa fracassada de tentar
derrubar o governo revolucionário de Fidel Castro.
Ao final do ano, Cuba alinhava-se com a URSS,
tornando-se um “satélite” soviético, ou seja, uma área de influencia da URSS, a
apenas 170 quilômetros da Costa dos EUA. No ano de 1962, os EUA decretam o
bloqueio econômico a Cuba e expulsam a “ilha” da OEA (Organização dos Estados
Americanos).
A CRISE DOS MÍSSEIS:
Ainda em 1962, os EUA descobrem que a URSS
estava instalando bases de lançamentos de mísseis em Cuba. Na verdade, a crise
dos mísseis foi um dos momentos mais tensos durante a Guerra Fria, onde por
pouco, o mundo não foi vítima de um hecatombe nuclear. A doutrina de destruição
mútua assegurada que previa a destruição de ambas as partes independente de
quem vencesse a batalha nuclear entre as duas superpotências, foi colocada à
prova quando os americanos descobriram que os soviéticos planejavam usar a ilha
de Fidel como uma base nuclear a pouco mais de 170 quilômetros do território
norte americano.
Com a descoberta dos
planos soviéticos, começa uma batalha dos EUA para fazer com que os soviéticos
recuassem em sua empreitada. Durante 13 dias (entre os dias 16 e 28 de outubro
de 1962), o impasse entre os dois lados ia se transformando em um pesadelo para
as duas superpotências e o restante do planeta.Após 13 dias , o mundo pode
respirar em paz, quando os soviéticos resolveram atender os apelos do
presidente dos EUA.
A CRISE CUBANA (O
PERÍODO ESPECIAL CUBANO E A ABERTURA DE FIDEL)
Depois da Crise dos Mísseis em 1962, Cuba
passou a receber muita ajuda da URSS e dos demais países do Leste Europeu. A
“Ilha de Fidel” recebia toda ajuda possível e imaginável, desde alimentos,
carros, máquinas fotográficas, até mesmo armas. Desta forma, Cuba apresentava
ótimos índices sociais, tais como: Baixo analfabetismo;não havia desemprego nem
pedintes no país;elevada qualidade de vida;acesso a uma ótima educação e saúde;não
havia “sem tetos” e o país apresentava ótimos resultados nos esportes.
A entrada de Mikhail Gorbatchev em 1985, na
União Soviética (URSS), Cuba passou a enfrentar dificuldades, uma vez que não
tinha mais a ajuda dada pelos soviéticos, que naquele momento também tinha
sérios problemas internos para resolver.
A Perestroika e a Glasnost de Gorbatchev não
mudava apenas a URSS, mas chegava a Cuba de forma avassaladora.
Com isto a ilha passou a ter que buscar novas
alternativas para sair da crise, que entre os cubanos, ficou conhecida como o “Período
Especial Cubano.” Esta nova Cuba buscava atrair investimentos estrangeiros,
que com isto ocorresse uma abertura política. Nascia assim, o chamado “Socialismo
de mercado cubano”.
O SOCIALISMO
DE MERCADO CUBANO
Era na verdade um “Socialismo com concessões
ao capitalismo”, que teve sua inspiração no modelo de abertura praticado por
Deng Xiao ping na China.
Como exemplos desta abertura podemos citar:
·
Aparecimento
de trabalhadores autônomos (Consertadores de panelas, sapatos, bicicletas,
etc).
·
Cantinas
e bares (administrados por pessoas de uma mesma família, uma vez que não se
pode ter empregados, a não ser no serviço público).
·
Entrada
de resort’s luxuosos em Cuba (grandes Hotéis com muito conforto e luxo nas
melhores localidades do país, incluindo a famosa praia de Varadero.
RENÚNCIA
DE FIDEL
Após
49 anos no poder, Fidel Castro renunciou à Presidência de Cuba, em uma mensagem
publicada no dia
19 de fevereiro de 2008. Em seu lugar assumia seu irmão, Raúl Castro, 76, irmão do líder cubano Fidel Castro,que foi nomeado o novo presidente de Cuba, após ocupar o cargo de forma provisória nos últimos 19 meses.Hoje a economia cubana balança entre a agricultura da cana e do tabaco e do setor turístico e hoteleiro. Com a renúncia de Fidel Castro (que tinha 81 anos naquela época), em fevereiro de 2008, após 49 anos à frente do poder em Cuba, abriu o caminho para que seu irmão, Raúl Castro, (possuía 76 naquela época), implemente reformas no país.
19 de fevereiro de 2008. Em seu lugar assumia seu irmão, Raúl Castro, 76, irmão do líder cubano Fidel Castro,que foi nomeado o novo presidente de Cuba, após ocupar o cargo de forma provisória nos últimos 19 meses.Hoje a economia cubana balança entre a agricultura da cana e do tabaco e do setor turístico e hoteleiro. Com a renúncia de Fidel Castro (que tinha 81 anos naquela época), em fevereiro de 2008, após 49 anos à frente do poder em Cuba, abriu o caminho para que seu irmão, Raúl Castro, (possuía 76 naquela época), implemente reformas no país.
O MURO DE BERLIM – 1961
No mês de agosto de 1961, soldados da
Alemanha Oriental (RDA), iniciam o fechamento com arame farpado, da fronteira
de Berlim Oriental com Berlim Ocidental, bem como Berlim
Ocidental do território da RDA. O objetiovo desta empreitada era impedir que
alemães – orientais fugissem para o Ocidente. A partir daquele momento, a RDA
dera início à construção de um muro entre as duas partes de Berlim.
O muro de Berlim perdurou durante 28 anos, até que em
9 de novembro de 1989, o maior símbolo da Guerra Fria foi a pique e os habitantes das duas Berlins, puderam se confraternizar e festejarem sua alegria nos escombros do maior símbolo da Guerra Fria.
9 de novembro de 1989, o maior símbolo da Guerra Fria foi a pique e os habitantes das duas Berlins, puderam se confraternizar e festejarem sua alegria nos escombros do maior símbolo da Guerra Fria.
A PRIMAVERA DE PRAGA – 1968
Este foi um dos mais importantes episódios da Guerra
Fria e teve seu início no dia 05 de Abril de 1968, a nova direção do Partido
Comunista da Tchecoslováquia, chefiada por Alexander Dubcek, tornou pública uma
série de propostas com vista a reformar o sistema comunista imposto ao país
pela União Soviética.
De modo
geral este foi um movimento diferente da Insurreição Húngara que queria o
afastamento total da influência soviética na Hungria, uma vez que a Primavera de Praga não questionava o
socialismo e a supremacia da URSS.
O movimento
de Praga não tinha como objetivo restaurar o capitalismo, mas antes libertar o
socialismo da pesada herança estalinista, bem como procurar novos caminhos de
desenvolvimento para o sistema, tendo em conta experiências como a
"autogestão social" na Iugoslávia de Josip Broz Tito.
Durante os meses de Março e Agosto, Moscou envolveu-se numa maratona de conversações
com os dirigentes da Tchecoslováquia e dos países do Tratado de Varsóvia a fim
de definir o rumo a tomar, porém no dia 16 de Agosto de 1968, ocorreu o envio
de tropas do Pacto de Varsóvia para "repor a ordem" na
Tchecoslováquia. No dia 20 de Agosto 200 mil soldados e 5 mil tanques do Pacto
de Varsóvia invadiram o país e controlaram rapidamente os pontos nervosos do
país.
No final do movimento Alexander Dubcek é
levado para Moscou e assinou o chamado Protocolo de Moscou, que definia os
parâmetros da "normalização" da situação no país e, no fundo,
significou o fim do processo de democratização.
DIPLOMACIA
TRIANGULAR
Ocorreu quando os EUA buscaram se aproximar
da URSS e da China.Era o período de Distensão (Détente), que seguiu à
Crise dos Mísseis, por ela quase ter levado as duas superpotências a um embate
nuclear. Os EUA e a URSS decidiram, então, realizar acordos para evitar uma
catástrofe mundial. A “Diplomacia Triangular”, foi arquitetada pelo presidente
dos EUA Richard Nixon, tendo no seu secretário de Estado norte-americano, Henry
Kissinger, o homem responsável pela articulação da nova política.
São
alguns exemplos destes acordos:
·
Tratado de Moscou – 1963 –
neste tratado a URSS e os EUA passaram a regular a pesquisa de novas
tecnologias nucleares e concordaram em não ocupar a Antártica.
·
TPN
– 1968 (Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares) –
Este tratado tinha como países signatários (EUA, URSS, China, França e Reino
Unido), que se comprometiam a não transmitir tecnologia nuclear a outros e a se
desarmarem de arsenais nucleares.
·
SALT
I – 1972 (Strategic Arms Limitation Talks) – Acordo de Limitação
de Armamentos Estratégicos – Este
acordo previa o congelamento de arsenais nucleares dos EUA e da URSS.
·
SALT II – 1979 – Este novo acordo foi uma prorrogação das negociações do SALT I.
·
INF (1987) – Intermediate-Range Nuclear Forces Treaty – Tratado de Forças
Nucleares de Alcance Intermediário.
·
Start I (1991) – Strategic Arms Reduction
Talks – (Tratados de Redução de Armas Estratégicas), assinado em
1991 pela então União Soviética e os EUA, os dois países se comprometeram a
limitar em 6 mil o número de ogivas nucleares para cada um dos lados, assim
como em 1.600 o número de mísseis e bombardeiros.
NEOLIBERALISMO : RONALD REAGAN & MARGARETH THATCHER
Ronald Reagan ficou
conhecido
por sua política econômica ortodoxa, ou seja, na linha dura e junto com a
primeira ministra da Inglaterra, Margareth Thatcher introduziam o Neoliberalismo.
O Neoliberalismo pregava o chmado “ESTADO
MÍNIMO”, que entre outros fatores, acabou com a política do “Welfare State”
(Estado de bem-estar social), introduzido nos EUA após a crise de 1929, e produziu imediatamente um elevado número de
desempregados, diluiu o poder dos
sindicatos, entre outras várias medidas.
Ronald
Reagan ficaria bastante lembrado pela sua “Iniciativa de Defesa Estratégica”,
que ficou mais conhecido como “Projeto Guerra nas Estrelas”, que preconizava a
construção de um gigantesco escudo espacial que iria proteger a Terra de
lançamentos de mísseis nucleares de qualquer ponto do mundo.
POLÔNIA : 1980
Depois de
uma forte crise econômica que assolou a Polônia entre 1980 e 1981, elevando os
preços dos alimentos, inúmeros protestos eclodem no páis e acabam virando o
estopim da crise polonesa. Em 1980, grandes manifestações resultaram no
reconhecimento governamental da existência de sindicatos autônomos e
independentes.
Com tudo
isso , o Movimento Solidariedade, liderado por Lech Walesa, que ganhou uma
estrutura institucionalizada e atraiu cerca de 10 milhões de trabalhadores.A
presença da igreja católica que incentivava o movimento, uma vez que o Papa
empossado em 1978, Carol Wojtyla, era polonês, também contribuiu pra o movimento
crescer no país e os operários que
trabalhavam nos estaleiros de Gdansk, Szcecin e Gdynia, berço do Solidariedade
saiam as ruas pedindo mudanças.
Mas o
movimento polonês encontrou resistência por parte da URSS e de outros países
alinhados com os soviéticos, que viam na Polônia um perigo eminente, uma vez
que pudesse desencadear outros movimentos semelhantes em seus países. Com isto,
o General Wojciech Jaruzelski declarou a lei marcial em 1981, e colocou na
ilegalidade o Solidariedade e todas as outras organizações independentes da
Polônia.
Depois de
muitos anos , em1989 o governo polonês concedeu novamente legalidade ao
Solidariedade e com sua legalização em 1989, Lech Walesa conseguiu, depois de
diversas negociações, a convocação de eleições gerais.No ano seguinte, a
Polônia realizou eleições presidenciais e Lech Walessa foi eleito presidente do
país.
Em 1985 na URSS, chega ao poder Mikhail Gorbatchev e com ele o mundo iria
acompanhar uma série de mudanças que abalariam os alicerces da Guerra Fria.
Gorbatchev cria a Perestroika e a Glasnost,
associadas à aproximação com o Ocidente capitalista, produziram a ruína dos
regimes socialistas estabelecidos no leste europeu no pós-Segunda Guerra.
-Glasnost (transparência): um amplo plano de transformações
sintetizando na política.
-Perestroika (restauração da economia): No plano econômico a URSS buscava modernizar
sua economia e diminuir os gastos públicos internos e externos.
O ponto alto na política foi o fim do monopólio de
poder do partido comunista soviético, que possibilitou o multipartidarismo e a
instauração de eleições diretas para 1994.
No plano externo, Gorbatchev propôs a desativação
das armas nucleares até o ano 2000, deixando clara sua posição bélica internacional,
apresentada no Fórum Internacional da paz em Moscou.
A
QUEDA DO MURO DE BERLIM – 1989
Depois de
longos 28 anos, no dia 9 de novembro de 1989, o maior
símbolo da Guerra Fria foi ao chão e os habitantes das duas Berlins, puderam se
confraternizar e festejarem sua alegria nos escombros do mal fadado muro.
ALEMANHA REUNIFICADA – 1990
No dia 3 de outubro de 1990 ocorria a
reunificação da Alemanha,porém devemos destacar que o fato de que tal junção
provocou uma grande inflação e um período de lentidão no crescimento econômico,
gerando grandes dificuldades em dar aos alemães orientais o mesmo padrão de
vida dos ocidentais. Até 1994, a Alemanha iria pagar um preço muito alto para
tentar conter estas disparidades, porém, iria suplantar tudo isso ainda naquele
ano.
CHEGA AO FIM A URSS E
DA GUERRA FRIA
Com a
chegada ao pode na URSS de Gorbatchev, a Guerra FRIA e a própria URSS estavam
com os dias contados.Gorbatchev promoveu uma abertura política de sucesso,
porém, as suas medidas levariam a URSS a estagnação e a ineficiência na
economia, adotando-se algumas práticas do capitalismo.
Em dezembro
de 1991, os governos nacionais das ex-repúblicas já não reconheciam a
autoridade do governo central soviético e Gorbatchev acabou renunciando e assinando
um decreto que aprovava a dissolução da URSS, que acabou se dividindo em várias
repúblicas, sendo a principal delas a Federação Russa, que teria em Boris
Yeltsin o seu chefe de Estado.
Em agosto de 1991, os conservadores
deram um golpe de Estado para derrubar Gorbatchev, mas enfrentaram, além da
condenação internacional, uma forte resistência interna, liderada pelo
presidente da Rússia, Bóris Yeltsin, que em poucos dias conseguiu desmantelar o
golpe dos conservadores , ampliando a popularidade do líder reformista Yeltsin,
enquanto Gorbatchev perdia prestígio e força política ao ver-se obrigado a
dissolver o Partido Comunista (PCUS) – acusado de ligação com os golpistas – do
qual era o secretário-geral.
Após essa tentativa frustrada de golpe dos
burocratas, Gorbatchev viveu a desmoralização política. Em dezembro de 1991,
Yeltsin e outros governantes das repúblicas soviéticas, aproveitando a fraqueza
do líder, proclamaram o fim da União Soviética, criando em seu lugar a
Comunidade de Estados Independentes (CEI). Era um outro golpe contra
Gorbatchev, o qual se viu obrigado a renunciar ao cargo de presidente da União
das Repúblicas Socialistas Soviéticas (país que então já não existia), em 25 de
dezembro de 1991.
Surgia assim
a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), e com ela terminava assim a
Guerra Fria e a própria URSS.
Os países do
Leste Europeu também aproveitaram o momento para se desvincularem do antigo
autoritarismo mantido por Moscou em relação a eles. Era o desmoronamento da
“Cortina de Ferro”.
OUTRAS REVOLUÇÕES OU REFORMAS NO LESTE
EUROPEU
BULGÁRIA:
A
Bulgária era um dos mais obedientes e ligados ao regime de Moscou.Porém a partir
de 1988 o regime búlgaro admite candidatos independentes para as eleições, o
que favorece a organização da oposição. No ano seguinte, o dirigente Todor
Zhivkov, no cargo a 35 anos, é acusado de corrupção,sendo destituído pela ala
liberal do Partido Comunista (PC). As reformas aceleram-se com o fim do
monopólio do poder pelos comunistas e a Bulgária cede a nova “onda”
democratizante no Leste Europeu.
HUNGRIA:
Em
outubro de 1989, o Partido Comunista mudou de orientação política transformando-se
em Partido Socialista e com isso tem início uma reforma constitucional que
culminou com eleições livres pluripartidárias.
ROMÊNIA:
Durante
vários anos a Romênia foi governado pelo tirano Nicolau Ceausescu (25 anos). Em
, Ceausescu enfrentou agitações políticas e depois de muitos conflitos, 25 de
dezembro de 1989, Ceausescu e sua esposa Elena foram presos e fuzilados,
acabando assim, um dos regimes mais cruéis do antigo Leste Europeu.
TCHECOSLOVÁQUIA
A Tchecoslováquia iria promover aquela que
ficaria conhecida como a “Revolução de Veludo”, que na verdade tratava-se de um
movimento democrático liderado por Václav Havel, que força a rendição do
Partido Comunista (PC) tcheco. Com tantas mudanças em curso, em novembro de
1992, é aprovada a separação dos dois Estados: a República Tcheca e a República
Eslovaca (Eslováquia)
IUGOSLÁVIA:
A
partir da morte de Josip Broz Tito, o país passou a ter muitos problemas, que
culminaram com a sua desintegração no início da década de 1990.Em 1991, a
Eslovênia, a Croácia e a Macedônia proclamaram sua independência e no ano
seguinte a Bósnia-Herzegovina faria o mesmo. De imediato a ONU reconheceu os
novos Estados e a Iugoslávia viu-se reduzida à união entre Sérvia e as suas
províncias do Kosovo e da Voivódina, e Montenegro (na verdade Montenegro
possuía um governo quase independente, no qual a Sérvia não tinha o direito de
intervir).
Na Bósnia-Herzegovina, os sérvios formavam
37% da população, que foi financiada por Milosevic a fazer uma terrível guerra
entre 1992 e 1995. Os sérvios locais, comandados por ex-oficiais do exército
iugoslavo, organizaram-se em poderosas milícias, equipadas com armamento
fornecido pela Iugoslávia, e deram início a uma ação de "limpeza
étnica", expulsando os moradores bósnios e também croatas (21% da
população da Bósnia). As violências praticadas contra os bósnios foram
particularmente absurdas, com dezenas de milhares de estupros e outros tantos
fuzilamentos de civis. Foi um verdadeiro genocídio.
Tanto a ONU como a OTAN intervieram no
conflito e em 1995 a guerra acabou, após a assinatura em do Acordo de Dayton
que definia a Bósnia-Herzegovina como um Estado soberano. O novo país ficava
divido em da seguinte forma:
·
51%
do território formam uma Federação Muçulmano-Croata.
·
49%
constituem a República Sérvia da Bósnia.
No ano de 1998,
nova tensão sacode a região, quando o Kosovo, que são em sua maioria de
albaneses, reivindicam a sua independência.
A reação sérvia é imediata e conduz a região a uma guerra violentíssima.
Depois de fortes pressões da OTAN, Milosevic resolve decretar o cessar-fogo,
porém os massacres de albaneses continuavam. Com isto, em março de 1999, a OTAN
intervém na região. Foi a primeira vez que a OTAN atacou um país soberano,
acusando-o de maltratar o próprio povo. Os bombardeios duram até junho, quando
Slobodan Milosevic aceita a rendição.
Em setembro
de 2000, Milosevic é vencido nas urnas por Vojsllav Kostunica, que se torna
presidente da Sérvia. Terminava assim um dos mais sangrentos governos do século
XX e Milosevic acabaria preso por crimes de guerra. Em março de 2006, morria na
prisão na unidade de detenção do Tribunal Penal Internacional para a Antiga
Iugoslávia (TPII), em Haia, Milosevic e assim o sonho de integração da Sérvia.
Os dois
últimos capítulos desta epopeia Iugoslava aconteceriam, primeiramente, no
domingo 22 de maio de 2006,quando cerca de 86% dos 700 mil habitantes de
Montenegro foram às urnas, para, num plebiscito democrático, decidir se o país
continuava unido à Sérvia ou se tornava independente. Com 55,5% dos votos, a
independência saiu vitoriosa com dose assim, o mapa da Europa mudaria mais uma
vez.
Por fim,
esta história de tantas “indas e vindas” teria mais uma episódio quando no
domingo 12 de fevereiro de 2008, o Kosovo se proclamou unilateralmente
independente da Sérvia.
A
NOVA ORDEM MUNDIAL
Segundo Demétrio Magnoli, logo após o final
da Guerra Fria, onde o mundo Bipolar sairia de cena e entraria uma nova ordem
mundial Multipolarizada.
De
modo esquemático pode-se dizer que o mundo passou por três ordens mundiais:
·
Monopolar: Inglaterra (após a
Primeira Revolução Industrial).
·
Bipolar: EUA e URSS (após a
Segunda Guerra Mundial).
·
Multipolar: EUA, União
Europeia e Bloco do Pacífico. (após o fim da Guerra Fria).
Prof. Kléber
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