terça-feira, 8 de abril de 2014

A INDÚSTRIA BRASILEIRA


AS TRÊS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS MUNDIAIS

         Antes de iniciarmos nosso estudos a respeito da indústria no Brasil, vamos entender primeiro como foram as três Revoluções Industriais em nível mundial:




AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS:

       De modo geral a Revolução Industrial consistiu na substituição das ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de produção doméstico pelo sistema fabril. O primeiro lugar onde ocorreu onde a indústria surgiu foi a Inglaterra , na segunda metade do século XVIII e encerrou a transição entre feudalismo e capitalismo, a fase de acumulação primitiva de capitais e de preponderância do capital mercantil sobre a produção
      Podem-se distinguir três períodos no processo de industrialização em escala mundial:

A.  Primeira Revolução Industrial
B.  Segunda Revolução Industrial
C.  Terceira Revolução Industrial


A- Primeira Revolução Industrial

         A Primeira Revolução Industrial aconteceu entre 1760 e 1850 e teve como protagonista a Inglaterra, grande produtor mundial de algodão. Com a introdução do vapor usado como fonte de energia nas máquinas e locomotivas, o país deu início à automação da produção de tecidos e de outros produtos, antes feitos à mão, e agilizou o sistema de transportes de pessoas e de mercadorias com a introdução das linhas férreas.

             


  
         A Revolução Industrial acelerou o processo de migrações do campo para a cidade, o que intensificou o crescimento da população urbana e contribuiu para a formação de uma nova classe social, a operária. Na Inglaterra a miséria e o desemprego produzidos pela industrialização acabaram por desencadear um movimento espontâneo de destruição das máquinas pelos operários, que ficou conhecido como LUDISMO.


B- Segunda Revolução Industrial

         A partir da segunda metade do século XIX um conjunto de novas transformações técnicas e econômicas produziram grandes mudanças no processo de industrialização e se estendeu até o início da 1ª Guerra Mundial.



Entre as inovações ocorridas na nesta fase, podemos destacar:


-O processo de Bessemer que transformou o ferro em aço (Hemy Bessemer),              
-A invenção do dínamo que criou condições para a substituição do vapor pela eletricidade.
-O petróleo passou a ser utilizado como força motriz em navios e locomotivas.
-O Fordismo de Henry Ford com  a produção em série nas linhas de montagem, onde a produção industrial passa a ganhar



         O grande protagonista da Segunda Revolução Industrial são os EUA que, às vésperas da Primeira Guerra, detinham 40% do PIB dos países desenvolvidos. Também podemos dar destaque ao Japão, a Itália, a Alemanha, que tiveram um forte desenvolvimento industrial neste período.

         

C-Terceira Revolução Industrial


         A partir da segunda metade do século XX, tem início uma nova fase de processos tecnológicos, decorrentes de uma integração física entre ciência e produção. Surgia assim, a chamada Terceira Revolução Industrial ou revolução tecnocientífica, resultante da aplicação quase imediata das descobertas científicas no processo produtivo, proporcionando uma ascensão das atividades que empregam alta tecnologia em sua produção, tais como:

                            - a informática
                            - a microeletrônica
                            - a robótica
                            - as telecomunicações
                            - a indústria aeroespacial
                            - a Biotecnologia, etc
                   
         A Terceira Revolução Industrial foi baseada no Toyotismo, que na verdade era uma visão mais comedida do Fordismo.
   




INDÚSTRIA NO BRASIL :  As Três Revoluções Industriais do Brasil


PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL BRASILEIRA(“SURTO INDUSTRIAL”)

No ano de 1844, quando a produção interna do País foi favorecida com a TARIFA ALVES BRANCO( taxa tributária foi para 60%) que aumentavam as alíquotas no que se referia aos produtos importados, ou seja, o mercado de produção interna tornava-se mais competitivo com os produtos que vinham do exterior. 
Por outro lado, a Lei de Terras(apresentou novos critérios com relação aos direitos e deveres dos proprietários de terra ) e a Lei Eusébio de Queiroz(proibiu definitivamente o tráfico de escravos para o Brasil ), acabaram por ajudar na  mudança dos rumos da economia brasileira a partir de 1850 e sendo assim uma grande quantidade de capital incidiu sobre o setor industrial e comercial.
Foi somente no século  XIX que começou o desenvolvimento industrial no Brasil.O primeiro grande marco ocorreu na década de 1840 com o início da chamada “Era Mauá”, que se estendeu de 1840 até 1864. Neste cenário surge a figura do Barão de Mauá(alguns textos o chamam de Visconde de Mauá), como era conhecido Irineu Evangelista de Souza. Entre suas ações para o impulso da economia, estão: criação de estaleiros e fundições, companhias de linhas telegráficas, ferrovias, iluminação a gás, transporte urbano, entre outros negócios. O Barão tinha, até mesmo, bancos no Brasil e no exterior. Porém, o crescimento industrial brasileiro incomodava a elite rural escravista e os países concorrentes.
 Essa situação levaria o Barão a um processo de falência. O mercado interno ainda não estava completamente estabilizado, pois os escravos não tinham participação nas trocas monetárias e as relações de mercado não se desenvolviam de forma plena. A constante oposição dos senhores rurais freavam o crescimento econômico, além de Mauá possuir diversos inimigos no Brasil e no exterior. Devido a isso, as transformações na economia tornaram-se ações isoladas de alguns empresários. Na verdade o Brasil ainda estava dominado pela elite rural arcaica, o que acabou gerando o fim da Era Mauá.
 Apesar disso, muitos cafeicultores passaram a investir parte dos lucros, obtidos com a exportação do café, no estabelecimento de indústrias, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Eram fábricas de tecidos, calçados e outros produtos de fabricação mais simples. A mão-de-obra usadas nestas fábricas eram, na maioria, formada por imigrantes italianos.
No início do século XX, as fábricas de tecidos, roupas, alimentos, bebidas e fumo eram responsáveis por aproximadamente 70% da produção industrial brasileira. Nosso país estava voltado numa política de SUBSTITUIÇÃO DAS IMPORTAÇÕES (foi a saída encontrada para amenizar as dificuldades, em meio à guerra, de importações de produtos industrializados que nesse momento alcançaram elevados preços, além do fato de que a inoperância agrário-exportadora, em meio à guerra mundial, incita no país o deslocamento dos investimentos para o setor industrial, que passa a produzir produtos até então adquiridos por importação e a paulatinamente se voltar para o mercado interno).

O advento da Primeira Guerra Mundial contribuiu para esse cenário , uma vez que a Europa estava em crise, apesar que os EUA começavam a ganhar força em nosso país. Porém, a crise de 1929 irá mudar tudo isso.





SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL BRASILEIRA

PERÍODO VARGAS:


Durante o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945) que a indústria nacional  ganhou um grande impulso. Getúlio teve como objetivo principal efetivar a industrialização do país, privilegiando as indústrias nacionais, para não deixar o Brasil cair na dependência externa.
Suas leis eram voltadas para a regulamentação do mercado de trabalho, medidas protecionistas e investimentos em infra-estrutura,e com isso a indústria nacional cresceu significativamente nas décadas de 1930-1940. Porém, este desenvolvimento continuou restrito aos grandes centros urbanos da região sudeste, provocando uma grande disparidade no resto do país.

       Outro fato importante está relacionado a questão da Segunda Guerra Mundial (1939-45) que acabou por alavancar nossa indústria, pois, os países europeus, estavam com suas indústrias arrasadas, necessitando importar produtos industrializados de outros países, entre eles o Brasil.Vargas criou  a CLT(Consolidação das Leis Trabalhistas), que ajudou a organizar as relações de trabalho em nosso país acelerando o nosso crescimento econômico. 

Entre as empresas estatais criadas por Vargas, podemos citar a Companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Companhia Vale do Rio Doce (1942), a Fábrica Nacional de Motores (1943) e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945).Mais tarde , em seu segundo mandato, seria criada a Petrobras em 1953.


Período JK



Durante a chamada “Era JK”, ou seja , no governo de Juscelino Kubitschek (1956 -1960) o desenvolvimento industrial brasileiro ganhou novos rumos e feições. Juscelino abriu a economia para o capital internacional, atraindo indústrias multinacionais. 
Nesse período ocorreu a instalação de montadoras de veículos internacionais (Ford, General Motors, Volkswagen e Willys) em território brasileiro nacional. Também nesse momento, nossa  matriz de transporte iria sofrer grandes mudanças, uma vez que nos tornaríamos um país cada vez mais rodoviarista, que de certa forma era uma “imposição” das indústrias automobilísticas que estavam vindo para o Brasil. As ferrovias iriam perder espaço no transporte nacional.


O Período Militar

Castelo Branco - Costa e Silva - Médici - Geisel - Figueiredo

Podemos entender que o regime militar em nosso país boi baseado no binômio segurança-desenvolvimento, ou seja, um modelo de crescimento econômico instaurado pela ditadura que contava com recursos do capital externo, do empresariado brasileiro e com a participação do próprio Estado como agente econômico. O PNB cresce, em média, 10% ao ano entre 1968 e 1973.
Asa base do “Milagre” apostava nas exportações para obter parte das divisas necessárias às importações de máquinas, equipamentos e matérias-primas. O crescimento do mercado mundial, na época, favorece essa estratégia, mas é a política de incentivos governamentais aos exportadores que garante seu sucesso. Para estimular a indústria, Delfim Netto expande o sistema de crédito ao consumidor e garante à classe média o acesso aos bens de consumo duráveis. Tudo parecia perfeito até que a primeira crise do petróleo põe fim a “farra” e expõe a verdadeira tragédia brasileira: um país com grandes disparidades econômicas e sociais e que estava vivendo também uma forte repressão ditatorial com os chamados “Anos e chumbo”.

Os "ANOS DE CHUMBO"

Leiam a seguir esse interessante artigo a respeito dos chamados "Anos de Chumbo"


Os indicadores de qualidade de vida da população despencam. A mortalidade infantil no Estado de São Paulo, o mais rico do país, salta de 70 por mil nascidos vivos em 1964 para 91,7 por mil em 1971. No mesmo ano, registra-se a existência de 600 mil menores abandonados na Grande São Paulo. Em 1972, de 3.950 municípios do país, apenas 2.638 têm abastecimento de água. Três anos depois um relatório do Banco Mundial mostra que 70 milhões de brasileiros são desnutridos, o equivalente a 65,4% da população, na época de 107 milhões de pessoas. O Brasil tem o 9º PNB do mundo, mas em desnutrição perde apenas para Índia, Indonésia, Bangladesh, Paquistão e Filipinas.
Portanto, com o ingresso dos militares no governo do país, no ano de 1964, as medidas produtivas tiveram novos rumos, como a intensificação da entrada de empresas e capitais de origem estrangeira comprometendo o crescimento autônomo do país, que resultou no incremento da dependência econômica, industrial e tecnológica em relação aos países de economias consolidadas. A chamada “Década Perdida”(1980), teve sua gênese

Período Pós-Ditadura


Governo Sarney- 1985 – 1990

Sarney e Tancredo Neves


         Entrou no lugar de Tancredo Neves que tinha vencido as eleições indiretas no ano anterior , mas acabou morrendo antes da posse. Presidente da transição para a democracia, enfrentou um período de inflação descontrolada através de diversos planos, sendo o Plano Cruzado o que teve sucesso por mais tempo. Colecionou vários problemas e desacertos em seu governo, deixando de pagar o FMI; mudando de moeda várias vezes, criando planos de combate a inflação que acabaram sendo grandes fracassos(Plano Cruzado,Plano Bresser e Plano Verão), fez várias concessões políticas a seus grupos de sustentação impediram a manutenção de uma política econômica austera.



Governo Fernando Collor de Melo - 1990 – 1992




         Foi o primeiro presidente brasileiro eleito por voto direto depois da ditadura militar e o único, até agora, a sofrer um processo de Impeachment.Com o seu discurso anti-corrupção e modernizador, encantou milhões de brasileiros que votaram nele. Implantou o Plano Collor, que revoltou a população ao impedir saques de contas particulares e poupanças nos bancos acima de uma determinada quantia. Collor foi responsável pela abertura de  mercado para a entrada de produtos estrangeiros. Mesmo buscando manter uma imagem de herói junto à população, sofreu um processo de Impeachment por corrupção e renunciou ao seu cargo. O neoliberalismo aparece de forma “tímida” em seu governo. A telefonia , a indústria automobilística e a informática seriam bastante transformadas a partir de seu governo em nosso país.



 Governo Itamar Franco  -1992 – 1994



         Por ser o vice de Fernando Collor de Melo, assumiu a presidência em caráter definitivo, em 29 de dezembro de 1992, após sua renúncia. Enfrentando novamente o retorno da inflação, deu início ao processo de desindexação que levou ao Plano Real.Deixou o mandato em 1 de janeiro de 1995, com índice de popularidade entre os mais altos da República.



Governo Fernando Henrique Cardoso -FHC - 1994 – 2003 



         FHC assumiu prometendo vincular o projeto econômico com o sócial.Foi o responsável pela implementação do PLANO REAL, ainda no governo Itamar, quando era o Ministro da Fazenda. Reduziu significativamente a inflação e iniciou o processo de privatização das empresas estatais, enfrentando protestos. Seu governo foi marcada pelo NEOLIBERALISMO(Estado Mínimo), conseguindo aprovar no Congresso Nacional várias emendas à Constituição, inclusive a que permite a sua própria reeleição.Em seu primeiro mandato, nossa moeda tinha um câmbio fixo(moeda forte), baseada em empréstimos estrangeiros, venda de estatais,superávit primário etc.Porém, no seu segundo mandato as coisas desandaram e enfrentamos uma grande crise. Logo no início do mandato, o real foi desvalorizado e trocamos o câmbio fixo pelo câmbio flutuante(flexível, onde a taxa de câmbio oscila exclusivamente em função da oferta e demanda no mercado).


Governo Lula - 2003 – 2010

         O governo Lula foi marcado por altos e baixos, mas teve um grande papel no processo democrático nacional e em inúmeras melhorias sociais e econômicas em nosso país. Vamos elencar a seguir alguns programas e atitudes do governo Lula:


     - Renda aos mais pobres - através do Bolsa Família e demais políticas sociais, transferiu-se considerável soma de recursos para as famílias mais pobres do Brasil, a ponto de retirar 20 milhões de pessoas da miséria. Embora o Bolsa Família distribua como renda apenas 0,4% do PIB, e a seguridade social 7%, o fato é que, hoje, 70% das moradias possuem eletrodomésticos como geladeira, TV, fogão e máquina de lavar roupa. O aumento anual do salário mínimo acima do índice da inflação dilatou o poder de consumo da população brasileira.

     - Estabilidade econômica - a inflação manteve-se abaixo de 5% e o salário mínimo corresponde, hoje, a mais de US$ 200. Isso permitiu ao consumidor planejar melhor suas compras, o que foi facilitado por uma política de créditos consignados e a longo prazo, apesar de as taxas de juros serem ainda elevadas.
     - Não criminalização dos movimentos sociais - embora as ocupações do MST, dos movimentos de moradia e de barragens causassem inquietação às autoridades, não houve repressão policial-militar e o governo buscou, ainda que timidamente, diálogo com lideranças populares.     

 - Soberania - ao rechaçar a ALCA e zerar as dívidas do Brasil com o FMI, o governo Lula afirmou o Brasil como país soberano e independente. O que lhe permitiu manter confortável distância da Casa Branca e se aproximar da África, dos países árabes e da Ásia, a ponto de enfraquecer o G8 e fortalecer o G20, do qual participam países em desenvolvimento. Estreitou relações com a África do Sul, a Índia e a China, e rompeu o “eixo do mal” de Bush ao defender Cuba, Venezuela e Irã.

     - Falar à alma do povo - Lula preferiu abandonar os discursos escritos e as rubricas protocolares para alimentar sua empatia com o cidadão comum, utilizando uma linguagem popular, sem “economês” ou expressões acadêmicas. Muitas vezes externou seus sentimentos sem pudor, deixou que a emoção o levasse às lágrimas e a raiva o fizesse usar as mesmas expressões que a gente simples do povo usa quando lhe “pisam no calo”.


   Por outro lado, o governo Lula também deixou algumas questões sem resolver e que ainda refletem no governo Dilma:


     - Arquivos da ditadura – embora integrado por inúmeras vítimas da ditadura militar, a começar do presidente da República, o governo Lula jamais usou sua prerrogativa de comandante supremo das Forças Armadas para obrigá-las a abrir os arquivos dos anos de chumbo. Nem apoiou iniciativas para que os responsáveis pelos crimes da ditadura fossem levados à barra dos tribunais.
     - Reformas estruturais – o governo termina sem que, nos oito anos de mandato, tenha sido feita qualquer reforma estrutural, como a agrária, a política, a tributária etc. Se os mais pobres mereceram recursos anuais de R$ 30 bilhões, os mais ricos, através do mercado financeiro, foram agraciados, no mesmo período, com mais de R$ 300 bilhões, o que evitou a redução da desigualdade social.

     - Educação – o investimento no setor não superou 5% do PIB, quando a Constituição exige ao menos 8%. Embora o acesso ao ensino fundamental tenha se universalizado, o Brasil se compara, no IDH da ONU, ao Zimbabwe em matéria de qualidade na educação. Os professores são mal remunerados, as escolas não dispõem de recursos eletrônicos, a evasão escolar é acentuada. Os programas de alfabetização de adultos fracassaram e o MEC se mostrou desastrado na aplicação do Enem. De positivo, a ampliação das escolas técnicas e das universidades públicas, o sistema de cotas e o ProUni.
     - Saúde – o SUS continuou deficiente, enquanto o atendimento de saúde é progressivamente privatizado. Hoje, aproximadamente 44 milhões de brasileiros estão inscritos em planos de saúde da iniciativa privada. Mais de 50% dos domicílios do país não possuem saneamento, os alimentos transgênicos são vendidos sem advertência ao consumidor, os direitos das pessoas portadoras de deficiências não são devidamente assegurados.


GOVERNO DILMA


    O governo Dilma seu continuidade aos programas do governo Lula e também vem implementando novos programas.
    No início de seu governo enfrentou algumas desconfianças internacionais, mas que logo foram superadas.Mesmo com um crescimento econômico baixo, o Brasil segue tentando superar a crise mundial que afetou a Europa e os EUA.Ultrapassamos o PIB da economia do Reino Unido, passando a ser a 6ª economia do planeta. Estávamos nadando de braçada.
    O mundo em crise e nós em um "céu de brigadeiro".Mal começou o ano de 2012 e a outra face da realidade bateu a nossa porta. O IBGE divulgou o resultado do PIB de 2011, crescimento de 2,7%, mostrando forte desaceleração em relação ao crescimento de 7,5% registrado em 2010. A participação do setor industrial no PIB recuou para 14,6% ante 16,2% em 2010.


A INDÚSTRIA HOJE:


No fim do século XX e início do século XXI houve um razoável crescimento econômico no país, promovendo uma melhoria na qualidade de vida da população brasileira, além de maior acesso ao consumo. Houve também a estabilidade da moeda, além de outros fatores que foram determinantes para o progresso gradativo do Brasil.
A partir da segunda metade da década de 1980 a  difusão do ideário neoliberal foi aos poucos colocando para fora da arena as políticas estruturantes pensadas em macro-escalas. A partir deste período a localização produtiva passou a ser cada vez mais ditada pela ótica da acumulação privada, inaugurando-se um período de concorrência entre localidades para atração de investimentos privados, tendo como um de seus principais sintomas a “Guerra Fiscal”. O motor do crescimento deixa de ser a integração ao sistema econômico nacional e passa a ser a integração direta, sem mediação, ao fluxo internacional de acumulação do capital, o que contribuiu para a ampliação da heterogeneidade estrutural inter-setorial, intra-setorial (entre empresas exportadoras e não exportadoras) e intra-firma (entre produtos de linhas de produção “atualizados” e tradicionais).
Como resultado a partir de 1985, e de forma mais acentuada depois de 1989, ocorreu uma reversão no processo de desconcentração industrial e, principalmente, o interior paulista passou a apresentar um aumento de sua participação na produção industrial, fundamentalmente em produtos com maior intensidade tecnológica.





PROF Kléber


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