terça-feira, 27 de agosto de 2013

ÁFRICA


ÁFRICA : UM CONTINENTE EM AGONIA


UM CONTINENTE MUITO BEM POSICIONADO



-A África limita-se ao Norte pelo Mar Mediterrâneo, ao Oeste pelo Oceano Atlântico e ao Leste pelo Oceano Índico.(Atualmente possui 54 países)
-De modo geral o continente pode ser dividido em duas zonas muito diferentes:
-Centro-norte: é dominado pelo imenso deserto do Saara (8.600.000 de km2), -Centro-sul : depois de percorrer-se as savanas, é ocupado pela floresta tropical africana.

DIVISÕES DO CONTINENTE AFRICANO

I- Quanto a Posição Geográfica: dessa forma, classifica-se o continente em cinco regiões distintas quanto a sua posição geográfica: Norte da África(Setentrional), Oeste da África(Ocidental), África Central, Leste da África(Oriental) e Sul da África(Meridional/Austral)
.

Subdivisões da África para fins estatísticos usada pela ONU.

██ África do Norte do  de - azul
██ África Ocidental - verde
██ África Central - rosa
██ África Oriental - laranja
██ África Austral - vermelho

II- Quanto a divisão Sócio-Econômica -A África pode ser dividida de suas formas básicas: África Branca e África Negra ou Subsaariana.

OBS:
-É importante destacarmos que esta separação geográfica também refletiu-se numa separação racial. No Norte do continente habitam os árabes, os egípcios, os berberes e os tuaregues , ao passo que no Centro-Sul, ao contrário, habitam mais de 800 etnias negras africanas.
-Muito do atraso atribuído a porção meridional do continente é creditado ao isolamento geográfico que a população negra encontrou-se através dos séculos.

O NEOCOLONIALISMO E A DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA

PERÍODO ANTERIOR AS GRANDES NAVEGAÇÕES:

-Durante muitos séculos os europeus tiveram pouco interesse pela áfrica. De modo geral, poucas forma as regiões que despertaram o desejo de colonização européia.
-Durante muitos anos, os europeus procuraram ter mais acesso as faixas litorâneas.


- Por outro lado, mesmo antes da chegada dos traficantes de escravos europeus, os árabes já praticavam o comércio negreiro, transportando escravos para a Arábia e para os mercados do Mediterrâneo oriental, para satisfazer as exigências dos sultões e dos xeques. As guerras tribais africanas, por sua vez, favoreciam esse tipo de comércio, visto que a tribo derrotada era vendida aos mercadores.

GRANDES NAVEGAÇÕES
-Com as Grandes Navegações e o processo de colonização da América, os europeus passaram a investir um pouco mais na África. Durante os primeiros quatro séculos – do século XVI a metade do XIX – de contato dos navegantes europeus com o Continente Negro, a África foi vista apenas como uma grande reserva de mão-de-obra escrava, a “madeira de ébano” a ser extraída e exportada pelos comerciantes e mais alguns poucos recursos do extrativismo minerais,vegetal e animal.


-Comércio Triangular: os europeus inseriram a África Negra no comércio triangular basicamente como fornecedora de mão-de-obra escrava para as colônias americanas e antilhanas. O comércio era bem simples: enquanto a Europa importava produtos coloniais, trocava suas manufaturas (armas, pólvora, tecidos, ferros e rum) por mão-de-obra vinda da África. Os escravos eram a moeda de troca com que os europeus pagavam os produtos vindos da América e das Antilhas para não precisar despender os metais preciosos, fundamento de toda a política mercantilista. 





DESCOLONIZAÇÃO DA AMÉRICA E O NEOCOLONIALISMO

-Coma a descolonização da América, os europeus passaram a buscar novas terras para poderem dominar e substituir as colônias perdidas.A partir do momento que a África não podia mais fornecer escravos, o interesse das potências colônias inclinou-se para a sua ocupação territorial. Os europeus estavam de olho nas riquezas minerais e o potencial agrícola da região ,bem como iniciavam uma acirrada competição imperialista entre eles, especialmente após a celebração da unificação da Alemanha, ocorrida em 1871.


Charge sobre a Conferência de Berlim


A CONFERÊNCIA DE BERLIM -1884 A 1885

-Com o interesse que os demais países da Europa reconhecessem a Alemanha como uma potência, o chanceler alemão Otto von Bismarck,chanceler do II Reich alemão,convidou 12 países com interesse na África a se reunirem em Berlim - entre novembro de 1884 a fevereiro de 1885 -, para a realização de um congresso.

-O congresso de Berlim deu enorme impulso à expansão colonial. Sua lógica era a “Política do dividir para dominar”.

-A política do dividir para dominar era baseada na ideia de se aproveitar da rivalidade entre dois grupos étnicos locais, ou se fosse necessário, criá-la caso não existisse e a partir daí tomar partido de um deles. Com o apoio do grupo étnico escolhido, a quem davam armas e meios para subjugar os rivais, os europeus controlavam toda a população da colônia.




-De modo geral , todas as potências conduziam a conquista da mesma forma:

-Força bruta, dividindo para dominar

-Uso de soldados que eram principalmente africanos e não europeus





O SÉCULO XX : DA PRIMEIRA A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

-As duas grandes guerras mundiais que devastaram boa parte da Europa durante a primeira metade do século XX, deixaram aqueles países sem condições para manterem um domínio econômico e militar nas suas colônias asiáticas e africanas.

-Todos estes problemas, associados a um movimento independentista que tomou uma forma mais organizada na Conferência de Bandung( 1955 – Indonésia), levou as antigas potências coloniais a negociarem a independência das colônias, iniciando-se o processo de descolonização tanto na Ásia como na África.




-Na Europa também surgiam movimentos contrários ao imperialismo do velho continente na África, vindos principalmente da intelectualidade europeia que depois do fascismo e do nazismo , não concordavam com a subjugação de povos e nações.

DESCOLONIZAÇÃO AFRICANA:

-Após a Segunda Guerra Mundial a Europa ficou bastante debilitada no âmbito político e econômico. O enfraquecimento europeu fez ressurgir movimentos de luta pela independência em todas as colônias africanas e no decorrer da década de 1960, os protestos se multiplicaram e muitos países europeus concederam pacificamente independência às colônias.




-Mas a independência de alguns territórios se efetivou anos mais tarde depois de prolongados e desgastantes confrontos entre nativos e colonizadores.

-As antigas colônias europeias se transformaram em países autônomos, porém,a partilha do território foi realizada pelas nações europeias, que não consideraram as divergências étnicas existentes antes da colonização e com isto os territórios estipulados pelos colonizadores separaram povos de mesma característica histórico-cultural e agruparam etnias rivais.

-Estava desenhado o mapa da tragédia africana. Com as heranças da Conferência de Berlim, surgia após a II Guerra Mundial uma África bastante dividida e as iniciativas tomadas na partilha feita nos século XIX ,produziu instabilidade política, que resultou em diversos conflitos entre grupo étnicos rivais.

-Mesmo depois da independência , as minorias africanas continuaram sendo reprimidas por grupos majoritários, assim como acontecia no período colonial.

-Atualmente o continente está fragmentado em 54 países independentes, podendo acrescentar mais um novo país, caso o Saara Ocidental seja reconhecido como um país independente( O Saara Ocidental declarou sua independência no início da década de setenta e resistiu à ocupação marroquina, que se estendeu por todo o território. Os combates duraram até 1991, quando a ONU promoveu um cessar-fogo. Os dois lados se comprometeram a participar de um referendo para que a população decida o futuro do Saara Ocidental).

Veja a seguir o mapa dos conflitos existentes no continente africano:




ÁFRICA – PÓS-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

1.  África Branca (Saariana) – Norte do Continente

-Apresenta “maior” desenvolvimento do extrativismo: mineral, combustível e aurífero
-Formada por: Berberes,Camitas, Semitas, Árabes, Egípcios e Europeus

2.  África Negra (Subsaariana) – Sul do Saara até a RSA

-Maior concentração da miséria
-Bantos, Sudaneses, Pigmeus, Bosquímanos etc

O MAIS EXCLUÍDO DOS CONTINENTES - CARACTERÍSTICAS GERAIS:

-Terceiro maior continente do mundo

-Localizado no centro imaginário do planeta

-75% do seu território encontra-se na zona tropical do globo

-Possui 54 países e uma possessão (Saara Ocidental). Obs: No início de 2010, o Sudão foi dividido e agora surge mais um país no continente, o Sudão do Sul.




-Existe cerca de 3 mil grupos étnicos e mais de mil línguas

-40% da população analfabeta

-Os índices de desemprego são alarmantes

-71% dos casos de HIV positivos estão na África (principalmente na região do Sahel)

-Elevada taxa de mortalidade – média de 86  por mil





-20% das crianças morrem antes de completarem 05 anos




-Pior renda per capita do planeta

                        1980 – U$ 750,00 / ano
                        1990 – U$ 700,00 / ano Pior renda per capita do planeta                     

-A Expectativa de vida está abaixo de 50 anos na maior parte dos países africanos, e abaixo de 60 anos, em todos os países, exceto para a África do Norte.

-Apresenta as maiores concentrações de renda do mundo

-Apresenta os piores IDH´s do mundo



-Grande presença de conflitos étnicos

-Apesar de toda situação adversa a taxa de natalidade configura entra as maiores do mundo
                                     -Etiópia – 53 por mil
                                     -Angola – 51 por mil
                                     -A média é de 7 filhos por   mulher

OBS: A dependência econômica e a má distribuição de renda configuram nas grandes causas da miséria dos países subdesenvolvidos.

-A África é um continente com inúmeros focos de tensões que tem suas origens advindas de inúmeros motivos diferentes. Para entendermos a geografia destes conflitos temos que buscar no passado a maior parte das respostas. A maneira pelo qual o continente foi dividido na Conferência de Berlim(1884/5), pode ajudar a desvendar boa parte deste”mistério”.

-O  modo pelo qual o continente foi dividido e a chegada dos europeus a região, trouxe a perda da harmonia. A política do “dividir para dominar” criava colônias onde grupos  rivais eram estimulados a se odiarem.

-No processo de colonização os países europeus se reuniram em Berlim, em uma Conferência, para definir a divisão do espaço africano para que esse fosse administrado e explorado por uma das nações envolvidas na reunião. As fronteiras impostas pelos europeus não levaram em conta as disparidades étnicas existentes no continente, esse ato equívoco provocou a separação de grupos aliados, união de grupos rivais e assim por diante. Ao agrupar de forma desordenada e sem analisar a estrutura social, cultural, religiosa promoveu uma grande instabilidade em vários pontos da África. 


CASOS ESPECIAIS NO CONTINENTE AFRICANO:

-SAHEL: Faixa de transição na porção periférica meridional do Saara, o Sahel é uma área marcada pela ocupação desordenada, que compromete a vegetação original e pode contribuir para o rápido avanço da desertificação.


-ÁFRICA OCIDENTAL: Guerras civis em Serra Leoa e Costa do Marfim, de origem étnica e tribal, por exemplo, além de remeterem suas economias a patamares ainda mais baixos, vitimam anualmente um número inestimável de pessoas.



-NIGÉRIA: Verifica-se ali a manutenção, por décadas, de uma guerra civil envolvendo diversas etnias, inúmeras tribos e dois grandes grupos religiosos: cristãos, ao sul, e muçulmanos, ao norte.O fundamentalismo islâmico e a disseminação de igrejas evangélicas onde os pastores estão acusando crianças de serem bruxas e cobrando altas taxas para exorcizá-las. 




-SUDÃO: Os conflitos em Darfur, oeste do país, ilustram o quadro de instabilidade do país, que desde sua independência não conseguiu vingar um processo de desenvolvimento autônomo. A independência do Sudão do Sul foi aprovada em referendo com 98,83% dos votos, informou no dia 7 de fev/2011  a Comissão Eleitoral.A maior parte das reservas petrolíferas sudanesas fica no sul, mas a infraestrutura está no norte, o que obrigará a uma cooperação econômica entre os dois países e deve tornar um conflito armado prejudicial para ambos os lados.O novo país já surge com inúmeros problemas e existe a possibilidade de conflitos futuros entre os dois países.




-ANGOLA: foi Colônia de Portugal e sua independência aconteceu somente em 11 de novembro de 1975. Apesar da conquista da autonomia política essa nação viveu uma longa guerra civil provocada por divergências políticas entre os três movimentos, uma vez que a FNLA( Frente Nacional para Libertação de Angola) e, sobretudo, a UNITA(União Nacional para Independência Total de Angola) não se conformaram nem com a sua derrota militar nem com a sua exclusão do sistema político. Após décadas de conflito civil, o país enfrenta diversos problemas de caráter social. Esta guerra durou até 2002 e terminou com a morte, em combate, do líder histórico da UNITA, Jonas Savimbi. No país são encontradas grandes jazidas, sobretudo de cobre, manganês, fosfato, sal, chumbo, ouro, diamante, petróleo e outros.



-MOÇAMBIQUEfoi uma colônia portuguesa, que se tornou independente em 25 de Junho de 1975. Apesar da transição para a independência ter sido pacífica, Moçambique não conheceu a Paz durante muitos anos. Moçambique é um país que se situa no Sudeste da áfrica. Depois da independência, a guerra civil se apoderou do país, uma guerra entre a FRELIMO(Frente de Libertação de Moçambique ) e a RENAMO( Resistência Nacional Moçambicana). Esta guerra durou quase duas décadas até 1992 e deixou o país numa crise econômica.



-CHIFRE AFRICANO: Guerras civis na Somália e na Etiópia, e um conflito envolvendo a Etiópia e a Eritréia, somados à expansão do Sahel e ao descaso internacional, fazem dessa região uma das mais atrasadas do mundo.Outro fato , diz respeito a contaminação química que o país vem sofrendo. Por anos companhias e indústrias, inclusive com ligação a grupos mafiosos, tem utilizado a costa da Somália como depósito de lixo. Lixo industrial, metais pesados, lixo radioativo e produtos tóxicos que podem ser considerados armas de destruição em massa estão sendo despejados no país. Há relatos, ainda, de acordos entre companhias e traficantes para ser enterrado lixo nuclear em seus territórios. Containeres não identificados aparecem nas praias, e ao serem examinados constata-se que estão cheios de produtos tóxicos.Todos este lixo está agindo sobre a vida local, especialmente na população que vive próxima a costa, perto da capital Mogadishu.


 
-ARGÉLIA: Muçulmanos fundamentalistas tentam chegar ao poder em meio a uma guerra civil que se arrasta por mais de uma década.




-ÁFRICA DO SUL: O fim da política segregacionista do Apartheid em 1994 não pôs fim às desigualdades sociais. O país é assolado por lutas tribais e uma onda de criminalidade sem precedentes em sua história, que inviabilizam a retomada da economia.



-EGITO: o país passou por esse começo de ano por uma mudança política desencadeada por revolta popular. No dia 11 de fevereiro acabou ocorrendo a renúncia do presidente Hosni Mubarak, após 30 anos no poder. A decisão ocorreu  após 18 dias de violentos protestos de rua que deixaram mais de 300 mortos e 5 mil feridos. 

-O movimento popular  tem inspiração no levante que derrubou o presidente da vizinha Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, cujo governo se prolongava havia 23 anos.Além do Egito, os levantes no mundo árabe inspirados no exemplo da Tunísia se espalharam por Jordânia, Iêmen, Argélia, Mauritânia, Sudão e Omã. Aos 82 anos, Mubarak já havia apresentado alguns problemas de saúde e, depois da pressão popular, admitiu que não seria candidato a um sexto mandato na eleição presidencial. No lugar de Mubarak foi eleito  Mohamnad Morsi que ficou até no poder até 3 de julho de 2013, caindo também por fazer um governo truculento e que caminhava para uma nova ditadura.De lá prá cá o Egito vem explodindo em manifestações e confrontos entre apoiadores de Morsi  e a população. 




-LÍBIA: o país enfrenta protestos desde o final do mês de fevereiro,que já derrubaram presidentes de Egito e Tunísia.O ditador líbio,Muammar Kadhafi,  está no governo desde 1969, diz que só sai morto.A Líbia é o terceiro país da região conhecida como mundo árabe a enfrentar uma onda de revolta popular que pode culminar com o fim do regime do presidente, o ditador  Kadhafi, no poder há quase 42 anos. Os protestos na Líbia iniciaram no leste do país, onde a popularidade do ditador é historicamente mais baixa. As cidades de Benghazi, segunda maior do país e epicentro dos protestos, Tobruk e Derna, já foram tomadas por oposicionistas. Porém, as cidades mais próximas à capital Trípoli, como Minsratah e Zawiya também já estariam sob controle dos rebeldes, segundo jornalistas e moradores. O comando está na mão de "conselhos populares" que foram se formando ao longo dos últimos dias.



-TUNÍSIA: As inúmeras ondas de protestos que desbancou em poucas semanas os longevos governos da Tunísia e do Egito segue se irradiando por diversos Estados do mundo árabe. Depois da queda do tunisiano Zine Abdini Ben Ali e do egípcio Hosni Mubarak, os protestos mantêm-se quase que diariamente e começam a delinear um momento histórico para a região.



URGENTE:  



 -Os inúmeros conflitos que vem ocorrendo no mundo árabe, estão surpreendendo o mundo e há elementos comuns em todos os conflitos, onde podemos dar destaque:

-Em maior ou menor medida, a insatisfação com a situação político-econômica
-O clamor por liberdade e democracia; no entanto, a onda contestatória vai, aos poucos, ganhando contornos próprios em cada país e ressaltando suas diferenças políticas, culturais e sociais.



Prof kléber

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